São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996
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Recuperação do papa surpreende médicos

João Paulo 2º levanta e recebe alimento

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os médicos que tratam o papa João Paulo 2º disseram ontem estar surpresos com sua recuperação. "É impensável que um homem, 24 horas depois da cirurgia, esteja como encontrei hoje o Santo Padre. É impensável vê-lo tão sereno, tranquilo, relaxado, caminhando durante alguns momentos", afirmou o anestesista Corrado Manni.
O papa foi submetido a uma cirurgia para a extração do apêndice, que estava inflamado, na manhã de terça-feira. Ontem, o papa começou a receber alimentação líquida pela boca e ficou de pé.
A apendicite levou o papa à sexta operação de seu pontificado -iniciado em 1978. Havia na imprensa a suspeita de que João Paulo 2º tivesse um tumor, mas os médicos negaram.
O cirurgia Francesco Crucitti, chefe da equipe que operou o papa na clínica Gemelli, em Roma, disse que ele dormiu durante algumas horas e não teve febre nem dor. Ele deve deixar o hospital no final desta semana ou começo da próxima.
O apêndice retirado, de 15 cm, será incinerado. O hospital disse estar tomando cuidados para evitar que o tecido se torne uma relíquia religiosa.
O Vaticano divulgou ontem mais votos de restabelecimento, inclusive de representantes de várias religiões reunidos na Conferência Mundial pela Paz.
Houve também várias manifestações populares -como uma idosa italiana que recomendou ao papa que coma aspargos, que, segundo ela, são bons para cirurgias de apendicite, e de um menino internado na mesma clínica que mandou um poema.
Em uma entrevista publicada hoje pelo diário "Corriere della Sera", de Milão, o terrorista turco Mehmet Ali Agca disse rezar "para que o papa siga durante muito tempo à frente do Vaticano".
No dia 13 de maio de 1981, Agca disparou contra o papa na praça de São Pedro. Em 1986, ele foi condenado a prisão perpétua. Na entrevista, Agca nega a participação dos serviços de inteligência dos antigos países comunistas europeus no atentado.
O papa, que é polonês, é considerado um dos responsáveis pela política que levou à queda do comunismo na maioria dos países.
Ontem, em Havana, o cardeal Jaime Ortega disse que o presidente de Cuba, Fidel Castro, pode visitar João Paulo 2º em novembro.

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