São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996
Próximo Texto | Índice

Classe média terá casa financiada

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai lançar um programa habitacional para a classe média, permitindo a compra de imóveis novos ou usados e o término de construções.
O programa, da CEF (Caixa Econômica Federal), deverá ser lançado na próxima semana.
A carta de crédito não terá valor máximo e deverá beneficiar pessoas com renda familiar superior a 12 salários mínimos (R$ 1.344). O prazo de pagamento ficará entre 10 e 15 anos, disse à Folha Sandra Beatriz Tavares, diretora da CEF.
A CEF já dispõe de R$ 1 bilhão para emprestar aos interessados em comprar um imóvel com financiamento ou terminar a construção de casas.
Quem quiser o empréstimo terá de entrar com um parcela do dinheiro que pretende obter.
No caso de quem está construindo seu imóvel e precisa de dinheiro apenas para a conclusão, os recursos já utilizados na obra podem servir como a parcela que a CEF vai exigir do mutuário para conceder o financiamento.
Sandra disse que as inscrições para esse tipo de carta de crédito devem ser abertas na próxima semana por um período de 15 dias. A concessão da carta de crédito será feita com base nessa inscrição.
A carta de crédito também poderá ser concedida para pessoas que já possuem um ou mais imóveis. Mas, na seleção, a CEF dará preferência a quem não possui imóvel.
A contrapartida exigida do interessado será maior para quem solicitar um financiamento maior. "Não queremos impor limites para o financiamento, mas será exigida participação do mutuário", disse a diretora.
Próximas etapas
Em um segundo momento, essa carta de crédito poderá ser concedida também para a compra de imóvel comercial e para a reforma de condomínios, disse Sandra Tavares. Isso vai depender da procura que a linha de crédito terá.
Os financiamentos habitacionais da CEF para a classe média estão suspensos pelo menos desde 1992.
O custo do financiamento ainda não está fechado. Os juros anuais devem ficar acima de 12% e abaixo de 18% ao ano mais TR. Não será, portanto, crédito pelo SFH.
"Nenhum produto pode dar prejuízo. Não esperem uma taxa subsidiada", disse a diretora.
Além da carta de crédito para a classe média, a CEF vai lançar um programa de compra de recursos a receber (os chamados recebíveis) das construtoras.
Esse mecanismo não é o verdadeiro mercado de recebíveis, ainda a ser criado. "Será como o desconto de duplicatas", disse Sandra.

Próximo Texto: Construtoras devem ter recursos do FGTS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.