São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996
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Substituto de Tyson?

WILSON BALDINI JR.

Final de tarde na pequena Banbury, Oxfordshire, na Inglaterra, em 22 de novembro de 1789. Após 90 minutos de combate, o pequenino Tom Johnson liquida com Isaac Perrins, apesar dos 20 cm e 30 quilos de desvantagem. Essa era a romântica época dos "bare-knuckle" (os mãos limpas), quando não havia divisão por categorias de peso.
Pouco mais de um século se passou e, já com regras e luvas, novamente um franzino mostrou que a inteligência pode superar facilmente a força. Em março de 1897, o "natural" peso-médio Bob Fitzsimmons nocauteou no 14º round a James J. Corbett e ficou com o cinturão dos pesos-pesados.
Feito que não conseguiu repetir o francês Georges Carpentier, em julho de 1921, diante de Jack Dempsey.
Mas com certeza esses primeiros heróis do pugilismo incentivaram seus sucessores a desafiar os maiores tamanhos, pesos e "pegadas" de seus adversários. O panamenho Roberto "Mano di Piedra" Duran, que começou como peso-leve e hoje luta entre os supermédios, é um exemplo. Sugar Ray Leonard, Thomas Hearns e Pernell Whitaker também colecionaram títulos em várias categorias.
Mas um lutador parece ter velocidade, força, agilidade e inteligência para tornar-se o maior fenômeno do boxe em todos os tempos. Campeão entre os médios e atual "rei" dos supermédios, o norte-americano Roy Jones Jr. surge -para alguns especialistas- como o único homem capaz de "dobrar" a ferocidade de Mike Tyson nos pesos-pesados.
Loucura? Talvez nem tanto. Jones ainda só tem 76 kg, mas já mostrou-se muito bem com quase 80 kg, entre os meio-pesados. Com certeza, mais dez quilos não irão prejudicar sua performance e talvez sejam suficientes para transformá-lo em um "peso-pesado não natural", mas extraordinário. Vale a pena sonhar.

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