São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996
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AC/DC

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A banda australiana AC/DC, 22, desembarca amanhã em São Paulo para seu último show no Brasil. Hoje, faz concerto em Curitiba.
Até as 18h de ontem, haviam sido vendidos 23 mil ingressos para o show no Paraná. E 27 mil para a apresentação no Pacaembu.
Depois de cercar de mistério sua chegada ao país, o grupo aterrissou sem alardes em Curitiba ao meio-dia de ontem, vindo da Nova Zelândia. Nem os produtores brasileiros foram avisados. Do aeroporto, a banda foi para o hotel.
O AC/DC não quer saber de fãs histéricos, berreiros ou dos tradicionais seguranças truculentos.
Angus Young (jovem, em inglês), 51, e seus amigos parecem não ter mais idade para baderna. Pelo menos fora do palco.
Sobre ele, é outra coisa. Os cinquentões resistem bravamente à idade -ainda que, corre a lenda, Angus precise de baforadas de oxigênio durante shows, sob risco de desmaiar entre um acorde e outro.
Até quem não gosta do AC/DC deve assistir ao show da banda amada inclusive pelos exigentes "Beavis and Butt-Head".
Por dois motivos: 1º) no caso deles, nunca se sabe se haverá uma próxima vez na vida; 2ª) peso, belas harmonias e qualidade de som não faltam aos australianos.
Nem poderiam faltar mesmo, depois de 22 anos de estrada.
Na página 4-3, a Folha preparou um quadro com as dicas para você assistir ao show de amanhã.
Caminho suave
Não tem sido um caminho difícil o percorrido pelos "rapazes" do AC/DC desde que o grupo nasceu, num boteco calorento e esfumaçado chamado Sydney's Chequers.
O máximo que eles enfrentaram nos últimos anos -além das unhas de tietes ensandecidas- foi um processo judicial. Em 1991, três adolescentes morreram pisoteados durante um show em Salt Lake City (Estado de Utah, EUA).
O pai de um dos mortos (um garoto de 14 anos) foi à Justiça. Responsabilizava a banda e os produtores do concerto. Eles foram acusados de negligência criminosa.
O pai pediu a bagatela de US$ 8 milhões de indenização pela perda do filho. Acabou perdendo também a briga nos tribunais.
Outra pequena dificuldade que o grupo costuma enfrentar são as trocas constantes de músicos.
O problema já foi resolvido algumas vezes com um simples classificado em jornais, do tipo: "baterista, procura-se".
A banda decidiu não dar entrevistas coletivas no Brasil. Depois do show no Pacaembu vão para Argentina, Chile e, finalmente, Austrália, onde tiram férias.
Angus e Malcolm Young, Phill Rudd, Cliff Williams e Brian Johnson estão há um ano com a turnê "Ballbreaker", nome do CD lançado no ano passado.

LEIA MAIS sobre o show do AC/DC no Pacaembu à pág. 4-3.

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