São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Os heróis são crianças

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

"Power Rangers - O Filme" (Telecine, 18h55) interessa, antes de mais nada, aos pais: é uma bela maneira de tirar duas horas de folga, enquanto os filhos pré-adolescentes acompanham as aventuras dos jovens heróis.
Em todo caso, dá para descansar tranquilo enquanto eles ralam, tentando defender a Terra contra um abominável vilão.
Pode-se perfeitamente ver "Power Rangers" como sintoma de decadência geral do cinema para crianças e adolescentes. Como, em todo caso, aproximar essa aventura de proveta do imaginário que se impunha há não muito tempo, e que remetia a Julio Verne ou Robert Stevenson?
Em compensação, há um abismo entre a série de TV e o filme: boas trucagens e um sincero esforço para voar um pouco mais alto, tecendo uma ficção mais elaborada, sem abdicar de sua base.
A base, como se sabe, é aquela: os heróis adolescentes às voltas com um mal sem matizes. O aspecto mais interessante está na origem dos heróis, que assimilam virtudes de animais (um animal por herói).
Com isso, o mais primitivo encontra os signos futuristas (heróis que voam, trucagens etc.) e pelo menos resgatam um universo sem utilidade, que está ali por estar e existe por existir.
(IA)

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