São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Alpinismo tem mais campo do que parece

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento do turismo ecológico e o interesse de grandes empresas em investir em novas políticas de recursos humanos estão provocando uma ampliação no campo de trabalho do alpinista.
Mozart Catão, 34, alpinista profissional, diz ser "muito convocado" por multinacionais e empresas de grande para dar palestras.
"É um campo excelente. Faço uma analogia entre o esporte e o dia-a-dia na empresa, mostrando desafios, metas e como vencer dificuldades", explica.
Mas há outras atividades que o alpinista pode atuar, como trabalhar em agências de turismo ecológico, que organizam viagens e passeios em meio à natureza.
Nesse caso, o profissional funciona como guia de caminhadas e escaladas em rochas.
Há ainda outros mercados: é possível trabalhar em lojas de esporte especializadas em alpinismo ou dar aulas em cursos específicos.
"Pela primeira vez na história, estamos registrando o surgimento de mais trabalho para o alpinista. O único problema é a remuneração, ainda muito variável", reclama Catão.
Pedro Amado, 29, também alpinista e dono de uma loja especializada no esporte, partilha da mesma opinião. "Os salários variam muito em todos esses campos."
Dar palestras em empresas é uma atividade considerada bem remunerada: ganha-se cerca de R$ 2.000 por apresentação.
Segundo Amado, a realidade é diferente para quem acompanha grupos em escaladas nos fins-de-semana. A remuneração média é de R$ 40 por participante.
Um alpinista ganha, de acordo com Amado, entre R$ 600 e R$ 1.200 por mês. "No Brasil, ainda sofremos com a pouca divulgação do esporte. Espero que isso mude logo", diz.
"Em países como a França e os Estados Unidos há associações de alpinistas profissionais, o governo apóia a atividade e há muito mais empregos na área."
"Eu mesmo sou guia de agência de turismo ecológico, levo pessoas para caminhadas por conta própria e monto paredes de escalada em escolas particulares. Ganho em média R$ 1.200 por mês."
Nas escolas com as quais trabalha, Gomes da Silva monta a parede de escalada, ensina os alunos a escalar e acompanha o aprendizado de cada um.
"É uma novidade. Só com isso dá para imaginar que há, sim, campo para o alpinista. Mas temos de atentar muito para segurança e estar sempre fazendo cursos."

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