São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Causa é crescimento da inadimplência

DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento das alíquotas do seguro-fiança se deu, segundo empresas do setor, porque mais inquilinos estão ficando inadimplentes, o que aumenta a ocorrência de sinistros.
Já entre os contratos da Vila Velha, empresa corretora com sede em São Paulo, a inadimplência no pagamento do aluguel cresceu cinco vezes no último ano.
O crescimento do risco foi tamanho que algumas empresas abandonaram o produto. Um exemplo é a AGF-Brasil (multinacional francesa que ocupa a 10ª colocação entre as maiores seguradoras do país), que deixou, neste ano, de trabalhar com o seguro-fiança.
Preocupação
A situação do seguro-fiança já preocupa o mercado imobiliário.
"Fiador, hoje, é uma classe em extinção", afirma José Roberto Graiche, presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios).
A falta de dinheiro não atinge apenas os inquilinos, o que torna cada vez mais difícil encontrar alguém que preencha os requisitos exigidos pelas administradoras.
Para quem muda de uma cidade para outra na qual não conhece ninguém, a situação é ainda pior -em geral, é exigido que o fiador possua um imóvel na cidade em que o aluguel é contratado.
A outra modalidade de garantia prevista na Lei do Inquilinato, a caução, é muito pouco utilizada.
A caução consiste no depósito de um valor equivalente a três aluguéis em conta bancária conjunta do inquilino e do proprietário.
"Mas esse dinheiro dificilmente cobre os prejuízos quando há danos no imóvel", afirma Hubert Gebara, da Hubert Imóveis.
Descontos
Para deixar o seguro mais em conta e evitar que ele caia em desuso, Graiche propõe que sejam concedidas vantagens aos inquilinos pontuais. Ele sugere a concessão de um bônus, na hora de renovar o contrato, para inquilinos que jamais atrasaram o aluguel.

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