São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Mercado oferece poucos financiamentos

DA REPORTAGEM LOCAL

É difícil conseguir um financiamento bancário para comprar um imóvel usado. Eles existem, mas encontrá-los exige trabalho árduo.
As ferramentas tradicionais para esse tipo de operação são o SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e as carteiras hipotecárias.
Mas o problema é que a oferta de financiamentos pelo SFH é escassa, devido à queda das aplicações em caderneta de poupança.
Os agentes financeiros são obrigados por lei a destinar 70% dos recursos captados pela caderneta de poupança para os financiamentos habitacionais -56% dos quais devem ser canalizados para o SFH, e o restante, para outras modalidades, como a carteira hipotecária.
Mas, como não há recursos novos na caderneta de poupança em quase nenhum agente financeiro, grande parte dos bancos já atingiu o seu limite legal e não abre novos financiamentos.
Com isso, quem sai mais prejudicado é o comprador de imóveis usados, visto que não conta com a solução alternativa encontrada pelo mercado de novos -o financiamento direto pela construtora.
Segundo Fábio Nogueira, diretor de crédito imobiliário do Banco de Boston, dos financiamentos a pessoas físicas firmados pela instituição, 80% são destinados à compra de casas ou apartamentos usados.
No Banco Real, a proporção é de 50% para imóveis usados, 50% para imóveis novos, diz Fernando Sá, gerente-geral de captação.
Tanto o Banco Real quanto o Banco de Boston possuem financiamentos abertos -o primeiro pela carteira hipotecária, e o segundo com um leque de quatro modalidades diferentes.
São exceções à regra. A maior parte dos bancos mantém seus financiamentos fechados. É o caso da CEF (Caixa Econômica Federal), maior provedor de financiamentos habitacionais.

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