São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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SP quer mais imposto para autopeças

ARTHUR PEREIRA FILHO
ENVIADO ESPECIAL A SÃO CARLOS (SP)

Os fabricantes de autopeças conseguem mais um forte aliado na "briga" para elevar o Imposto de Importação de 2,4% para 9,6% ainda neste final de ano.
O governo do Estado de São Paulo é favorável ao aumento da alíquota e vai tentar convencer o governo federal a mudar as regras estabelecidas pela MP (medida provisória) dos carros.
"É preciso mudar o regime automotivo", diz Emerson Kapaz, secretário estadual de Ciência e Tecnologia.
"Ou o governo atende à reivindicação dos fabricantes locais, ou passa a cobrar PIS (Plano de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) nas importações", afirma o secretário.
O PIS e o Cofins elevam o custo do produto nacional em cerca de 6,5%. A peça importada está isenta desses tributos.
"Vamos pressionar o governo federal", diz Kapaz. Nos próximos dias, deverá haver um encontro entre o governador Mário Covas e o presidente do Sindipeças, Paulo Butori. Em seguida será pedida uma audiência ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Almoço de aliados
O Sindipeças conseguiu o apoio do Estado sábado, durante almoço na festa de inauguração da fábrica da Volkswagen, em São Carlos.
Participaram da reunião, além de Butori e Kapaz, o presidente da Volkswagen do Brasil, Pierre-Alain De Smedt, e o vice-presidente da montadora, Miguel Jorge.
A Volks também é a favor do aumento da alíquota, posição que ameaça um "racha" na Anfavea, a associação das montadoras. Isso porque as outras fábricas não aceitam a mudança das regras.
"Somos por uma alíquota mais alta, mas não fazemos lobby. Fomos chamados pelo governo e demos a nossa opinião", diz o presidente da Volkswagen.
"É muito mais fácil importar do que investir no país", afirma Smedt. Para ele, se o governo não agir, em cinco anos o setor de autopeças pode acabar.

O jornalista Arthur Pereira Filho viajou a convite da Volkswagen do Brasil

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