São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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Novo formato deve ser mantido em 97

CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O novo formato do Free Jazz, com shows em salas diferentes, vai continuar em 97. É o que garantem produtores e patrocinadores do evento, animados com a resposta de público acima da prevista.
"Provamos que existe público para esse formato. Agora é só afinar a fórmula", diz Monique Gardenberg, da Dueto Produções, que dirige o festival desde 1985.
Para a produtora, a maior vantagem do novo formato foi abrir a possibilidade de programar qualquer atração, independentemente de seu poder de atrair público.
"Se o artista é bom, agora só temos que escolher o espaço mais adequado para ele. Não precisamos mais nos preocupar em encher uma grande sala, como acontecia antes", diz Monique.
"Agora será possível trazer um pianista como Hank Jones, ou um Tommy Flanagan, sem enfrentar choques de públicos diferentes. Esse novo formato favorece muito o jazz", festeja o produtor musical Zuza Homem de Melo.
Entre os jazzistas cotados para 97, Melo cita o pianista Cyrus Chestnut e a cantora Dee Dee Bridgewater -que chegou a ser convidada neste ano, mas sua agenda não permitiu.
Mais palcos O aumento do número de salas também faz parte dos planos para o Free Jazz 97. "Com o grande sucesso dessa edição, temos estímulo para ousar ainda mais", afirma Rubens Campos, gerente de marcas da companhia Souza Cruz, patrocinadora do festival.
Segundo o executivo, o investimento previsto para a execução do novo festival (US$ 10 milhões, 65% a mais que em edições anteriores) deve até cair, em função de a venda de ingressos ter superado as expectativas.
Em São Paulo, quase todos os shows tiveram lotação esgotada. As exceções ficaram por conta das duas primeiras noites da sala New Directions (com lotações variando entre 60% e 70%) e a noite de Salif Keita e Isaac Hayes (com 90% de ingressos vendidos), segundo Monique Gardenberg.
No cálculo da produtora, em São Paulo, foram vendidos cerca de 12,5 mil ingressos contra cerca de 10 mil, no ano passado.
Os produtores e o patrocinador reconhecem que o Galpão Fábrica apresentou problemas de acústica, mas argumentam que os pontos positivos do novo local superaram essa falha.
"A princípio, acho que vale a pena investir em reformas no local, até atingir as condições ideiais. Caso elas se mostrem inviáveis, vamos procurar outra alternativa, mas mantendo esse formato", diz o gerente da Souza Cruz.
Uma opção, segundo Monique Gardenberg, seria a utilização de grandes tendas, como as já adotadas neste ano, no Rio.
No saldo positivo do evento, a produtora também destaca um disco e um vídeo registrados durante o Free Jazz carioca.
Herbie Hancock terá seu show transformado em CD pela gravadora Verve/PolyGram. Já a apresentação da cantora Bjõrk vira especial do canal pago Multishow, para ser exibido no exterior.

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