São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996 |
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Rainha e princesa das crianças devem humor
ESTHER HAMBURGER
Até Guilherme Karam chorou no programa da Xuxa. O especial apresentado na última "Terça Nobre" foi muito sobriamente dedicado aos direitos da criança. As casas de um enorme tabuleiro revelavam mensagens sobre os problemas e desejos infantis. O ator humorista se comoveu com o depoimento de menores explorados no trabalho. A participação da cineasta Tisuka Yamasaki na direção, o roteiro politicamente correto e a presença de um comediante de primeira linha, sugerem a intenção de acrescentar densidade ao palco da rainha dos baixinhos. A tarefa não é fácil. Vestida com um figurino que parecia inspirado nos "Power Rangers", nossa super-heroína se esmerou no combate. Xuxa disputou o jogo com Karam, que representava um personagem dark e revoltado. O comediante foi ficando para trás, até que, ao pagar uma prenda, sofreu uma transformação, adotou roupas coloridas e presenteou a concorrente com um buquê de flores. Angélica não se atreve a discutir nenhum assunto sério. Mantém a crueza da estrutura original dos programas da Xuxa. As semelhanças são constrangedoras. Angélica talvez seja mais energética. Seus olhos brilham mais. Mais moderna, trabalha com times mistos. Fora isso, as semelhanças são entediantes. O palco é parecido, a animação histérica das torcidas uniformizadas também. O riso nervoso e frio fica por conta da apelação. O ator Luiz Gustavo e sua mulher jogam a filha contra uma parede flexível, na tentativa de vencer a brincadeira em que famílias de atores famosos comemoravam o dia da criança. Xuxa e Angélica apresentam versões parecidas de uma fórmula repugnante, barata, lucrativa e pouco engraçada. Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch Próximo Texto: Band quer tarde mais feminina e jovem Índice |
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