São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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Nova Zelândia vive dúvidas adolescentes

ROGERIO SCHLEGEL
ENVIADO ESPECIAL À NOVA ZELÂNDIA

A Nova Zelândia é um país adolescente no melhor sentido: tem um gosto especial pela aventura e, hoje, procura sua identidade.
Deixou de ser uma colônia britânica há 149 anos, mas está em processo aberto de auto-afirmação de sua nacionalidade, com direito a muita experimentação.
Na comida, por exemplo, os pratos com sabores "low profile" cederam lugar, nos últimos anos, a receitas condimentadas.
Na sociedade, direitos e contribuições dos maoris -descendentes dos polinésios que ocupavam as terras do país antes dos britânicos- estão sendo reavaliados.
Claro, toda a herança britânica continua lá. Na mão de direção, que exige cuidado especial do visitante disposto a dirigir, na língua oficial, na arquitetura das casas, no rosto da maioria da população.
Mas o neozelandês faz questão de ressaltar seu espírito de desbravador e ser "tough" (palavra inglesa pronunciada como tâf e que pode ser traduzida como durão). Isso é um orgulho nacional.
O premiado filme "O Piano", de Jane Campion, é a expressão da auto-imagem do neozelandês, que aparece na pele do personagem vivido por Harvey Keitel.
Rústico, mas com uma sensibilidade especial, ele entra em choque com o inglês típico (Sam Neil), tão frio quanto polido. No final, fica com a mocinha (Holly Hunter).
Aventura
O gosto pela aventura, outro traço da adolescência neozelandesa, é o ponto alto do turismo local. Um exemplo: o país se orgulha de ter dado formato comercial ao velho ritual tribal de pular de árvores preso apenas pelo pé -o vertiginoso "bungee jump".
Há muito mais para quem procura adrenalina: descida de corredeiras em barcos infláveis, passeios em lanchas a jato que passam a centímetros de paredões de rocha a 70 km/h, trilhas no meio de matas fechadas, mergulho entre golfinhos, caminhadas em geleiras, exploração de cavernas.
Para completar, praias de ar tropical, picos nevados, paisagem vulcânica, florestas nativas densas e fiordes separados por apenas algumas horas de carro.

LEIA MAIS sobre a Nova Zelândia nas págs. 6-2 a 6-10

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