São Paulo, terça-feira, 15 de outubro de 1996
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Sebrae propõe que governo abata dívidas

DA SUCURSAL DO RIO

O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) está tentando obter do governo federal a criação do Pró-Micro, uma espécie de "Proer" (programa de ajuda federal aos bancos) para esse segmento da economia, considerado vital para a criação de empregos.
A idéia foi encaminhada ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, pelo presidente do Conselho de Administração do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, no início deste mês.
Segundo Afif, de março de 1995 até agora as micro e pequenas empresas acumularam dívidas de R$ 8 bilhões junto aos bancos.
Pelo Pró-Micro, o total das dívidas seria abatido em 30%, o que reduziria o montante para R$ 5,6 bilhões, com um ano de carência e cinco anos para o pagamento.
"Com isso, o débito impagável se torna pagável", disse Afif. O governo, porém, restituiria aos bancos os R$ 8 bilhões, na forma de títulos públicos.
Juros
Segundo Afif, o problema das micro e pequenas empresas no Brasil são as taxas de juros. "O custo do dinheiro foi elevado de forma violenta, acima da necessidade, e isso atrapalha o setor produtivo. O juro real está entre 50% e 60% ao ano, o que é impagável."
Para Guilherme Afif Domingos, "quem está segurando a barra é a economia informal", que viria, segundo ele, absorvendo parte da mão-de-obra e dos investimentos do setor formal.
"Outro dia, a Receita Federal apresentou uma lista de 2,5 milhões de empresas que não declaram Imposto de Renda. Mas são as empresas que simplesmente fecharam as portas."

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