São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996 |
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BC libera R$ 125 mi para o Martinelli
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O Banco Central liberou R$ 125 milhões do Proer, o programa oficial de incentivo às fusões bancárias, para financiar a absorção do Banco Martinelli e da distribuidora de valores do grupo pelo Banco Pontual.Com essa incorporação, a sexta custeada por meio do Proer, as liberações do programa já somam R$ 14,442 bilhões. A operação com o Martinelli, comunicada pelo BC à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, ocorreu em 23 de setembro. A transação entre os dois bancos paulistas foi aprovada pela diretoria do BC no final de julho. Ao contrário das demais incorporações financiadas pelo Proer, a absorção do Martinelli não deverá gerar prejuízos para o BC. Foi utilizada uma linha de crédito do programa com menos vantagens para os tomadores. Além disso, o Martinelli não pôde entregar títulos "podres" (da dívida federal de longo prazo) em garantia do empréstimo. O Martinelli obteve R$ 25,8 milhões da linha de assistência financeira do BC -chamada de redesconto-, conforme as informações enviadas ao Senado. Ainda segundo o BC, o banco possuía uma carteira de empréstimos de difícil recebimento, o que é a causa mais comum de crise financeira em um banco. O limite máximo para que o Martinelli quite suas dívidas junto ao mercado e ao BC é de cinco anos, com vencimento em 23 de setembro de 2001. Falta definir se o Pontual ficará com a subsidiária do Martinelli nas ilhas Cayman, um paraíso fiscal (onde são cobrados poucos impostos) no Caribe. O Pontual já possui agência no local. Reforma O Martinelli, conforme acertado com o BC, deverá passar por uma reforma administrativa e operacional, incluindo a substituição da totalidade dos atuais administradores e fechamento de agências. As operações com recursos do Proer que geraram mais desembolsos foram a absorção do Econômico pelo Excel (R$ 6,578 bilhões) e a do Nacional pelo Unibanco (R$ 5,898 bilhões). As outras operações foram Banorte-Bandeirantes (R$ 1,256 bilhão), Mercantil-Rural (R$ 473 milhões) e Antônio de Queiroz-United (R$ 112 milhões). O Proer será encerrado no final deste ano, segundo estabelece a medida provisória que criou o programa. A equipe econômica estuda agora novos mecanismos para prevenir crises no sistema financeiro, como critérios mais rígidos para a aprovação de controladores de bancos. Texto Anterior: BNDES libera R$ 406 mi à Cesp Próximo Texto: Campanha custa R$ 10 mi Índice |
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