São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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PM acha bomba em shopping de Curitiba

WAGNER OLIVEIRA

WAGNER OLIVEIRA; JOSÉ MASCHIO; MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA

Dez mil pessoas são retiradas de prédio recém-inaugurado; tenente diz que explosão causaria desabamento

A Polícia Militar encontrou ontem uma bomba-relógio por volta das 15h40 no shopping Curitiba, um dos maiores da capital paranaense.
O explosivo foi detonado pouco depois por policiais do COE (Comando de Operações Especiais) na praça Oswaldo Cruz, em frente ao shopping. Ninguém ficou ferido na explosão.
A bomba foi localizada atrás de um vaso sanitário no banheiro masculino, do terceiro piso do prédio, próximo à praça de alimentação, depois que um lojista recebeu um telefonema anônimo por volta das 15h, alertando sobre o local da bomba.
Em dez minutos, os integrantes do COE, da Polícia Militar, chegaram ao local.
Dez mil pessoas, segundo a administração do shopping, estavam naquele momento no prédio -que tem 169 lojas e foi inaugurado em 25 de setembro.
Para evitar pânico, a administração anunciou pelos alto-falantes que havia um vazamento de gás no local e o que o shopping precisava ser fechado imediatamente.
A bomba foi encontrada 15 minutos depois depois de as pessoas terem deixado o shopping, que ficou fechado das 15h30 às 17h45.
Os integrantes do COE decidiram retirar a bomba do local e levá-la para fora, detonando-a na praça em frente.
O tenente Fernando Francisquini, do COE, afirmou que a bomba foi deixada próxima a uma canalização de gás que liga todo o prédio, de sete pisos. Ele afirmou que, se explodisse no local, a bomba poderia causar o desabamento de todo o shopping, localizado no centro de Curitiba.
"A bomba tinha impacto direto para destruir o banheiro e algumas lojas próximas. O problema é que foi deixada perto da tubulação."
Críticas
O procedimento de detonação da bomba gerou críticas da Polícia Civil contra o COE. O titular da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições, Milton Rocha, disse que a Polícia Militar promoveu "um espetáculo jornalístico".
"Não precisava disso. O que eles fizeram foi prejudicar o trabalho da perícia e da investigação."
O delegado disse que não teria mais condições de saber qual o poder de destruição da bomba. "Eles tinham de esperar a Polícia Técnica. Foram precipitados", disse.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar afirmou que o artefato poderia explodir a qualquer instante. Por isso, os PMs decidiram detoná-lo.
O delegado Rocha declarou que as investigações começaram e que já foram definidos os primeiros suspeitos pelo atentado.
O shopping foi construído em um antigo quartel da PM.

Colaboraram José Maschio, da Agência Folha, em Londrina, e Mônica Santanna, da Agência Folha, em Curitiba.

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