São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Pelé e clubes acertam nova lei do passe

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, chegou ontem a um acordo com representantes dos clubes e dos jogadores sobre a lei do passe. Tanto Pelé quanto os clubes cederam em suas posições.
O governo aceitou o prazo de carência de um ano para a vigência da resolução que irá regulamentar o passe do jogador de futebol e aumentou a idade com que os jogadores vão conseguir o passe livre.
Em troca, os clubes vão apoiar um projeto de lei a ser enviado ao Congresso que termina definitivamente com o passe no futebol, depois de um prazo de carência de dois anos.
A resolução do ministério, que será publicada no "Diário Oficial" da União, vai fixar que, a partir de 1º de janeiro de 1998, terão passe livre os jogadores com 27 anos.
Em 1999, estarão livres os atletas com 26 e, no ano 2000, os com 25 anos. A partir de 97, serão donos dos próprio passe os jogadores que estiverem com 30 anos.
Pela proposta anterior do ministério, esse escalonamento começaria já em 97 para os jogadores com 26 anos. Hoje, o atleta consegue o passe livre aos 32 anos.
Também a partir de janeiro do próximo ano, os jogadores com o preço do passe fixado para a venda nas federações por mais de seis meses terão o passe livre.
Essa resolução será extinta no momento em que o Congresso aprovar um projeto de lei que será formulado em 120 dias pelo governo, clubes e jogadores. O passe vai acabar no Brasil dois anos depois desse projeto ser aprovado.
A decisão foi tomada depois de uma reunião com seis horas de duração no ministério. Os participantes da reunião assinaram um protocolo se comprometendo com o acordo.
Avanço
"O grande avanço foi na concordância total de que o passe tem de ser livre", afirmou Hélio Viana, conselheiro do Indesp (Instituto Nacional do Desporto).
Para o presidente do Santos, Samir Jorge Abdul-Hak, representante do Clube dos 13, a reunião também foi um avanço.
Paulo Carneiro, presidente do Vitória, e representante dos outros 11 clubes da primeira divisão, concorda com Samir. "Temos que dar aos clubes as condições de se organizarem para a mudança."
"O consenso foi importante. Viraríamos o século brigando na Justiça", disse Rinaldi Martorelli, presidente do sindicato do jogadores de São Paulo.
Pela resolução a ser tomada por Pelé, os clubes vão ser obrigados a fazer seguros de vida e contra acidentes para seus atletas.
"O que nós pretendíamos é que existisse esse consenso", afirmou Pelé.

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