São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Ficção recuperada de 1913 terá exibição

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O público do Festival de Brasília terá a oportunidade de assistir a dois minutos de fragmentos do mais antigo filme brasileiro de ficção recuperado, "Os Óculos do Vovô", uma produção gaúcha de 1913, dirigida por Francisco Dias.
Está programada também uma mostra de filmes e documentários brasileiros recuperados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pelo MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro).
São oito longas-metragens recuperados, como "Fome de Amor" (1968), de Nelson Pereira dos Santos, "Ganga Zumba" (1963), de Carlos Diegues, e "É um Caso de Polícia" (1959), de Carla Civelli, com roteiro de Dias Gomes.
Filmes como "Ganga Zumba" e "Fome de Amor" serão mostrados ao público pela primeira vez depois de restaurados.
O festival vai exibir pequenos documentários recuperados, como um sobre a visita do ex-presidente Júlio Prestes aos EUA, em 1930.
Também estão previstos trechos do jogo Brasil x Tcheco-Eslováquia, da Copa de 1938, e documentários sobre as vitórias brasileiras nas copas de 58 e 62.
"São filmes que a gente ouviu falar sobre eles a vida inteira e agora vai assistir em Brasília", disse o cineasta Sílvio Tendler, secretário de Cultura do Distrito Federal e organizador do festival.
Para Tendler, o Festival de Brasília, além de ser o mais antigo, é hoje o mais importante do Brasil.
"Gramado mudou muito a cara do festival, que passou a ser latino e até mundial. O importante para nós é discutir o cinema brasileiro", afirmou Tendler.
Apesar da restrição, ele tenta trazer como convidada do festival a atriz francesa Catherine Deneuve. "Se ela não vier este ano, virá no ano que vem."
O Festival de Brasília será aberto no dia 28 de outubro, com a exibição de "Quem Matou Pixote?", de José Joffily, vencedor do Festival de Gramado deste ano.
Os outros longas recuperados com exibição programada são "Depois Eu Conto" (1956), de José Roberto Burle, "Sol sobre a Lama" (1962), de Alex Vianny, "Bang Bang" (1971), de Andrea Tonacci, "Triste Trópico" (1974), de Arthur Omar, e "Macumba na Alta" (1958), de Maria Bassaglia.
(AG)

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