São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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"Forrest Gump" da contracultura

EDUARDO SIMANTOB
DA PUBLIFOLHA

Seu primeiro filme levou o Leão de Prata no Festival de Veneza em 1966, mas em raros dicionários de cineastas seu nome está presente.
Tomou contato com as primeiros testes psicodélicos de Tim Leary, frequentava o Greenwich Village com a santíssima trindade "beat" (Ginsberg, Kerouac, Burroughs) e foi morar no Sri Lanka antes de qualquer primata hippie. E seu nome mal consta dos registros da contracultura.
O americano Conrad Rooks, 62, tem uma pequena obra em dois filmes, "Chappaqua" (1966) e "Siddharta" (1972), que a Mostra traz ao Brasil em cópias novas.
Combinados, ambos fornecem um mapa da trajetória de Rooks, como contou à Folha em entrevista por telefone da Tailândia: saindo do mundo das drogas e pretensões poéticas à redenção no budismo.
"Chappaqua" é uma colagem de alucinações de um alter ego de Rooks, durante sua desintoxicação das drogas. Já "Siddharta" é uma transposição literal do livro de Hermann Hesse, cultuado pela geração 60's como um "Easy Rider" do budismo.
Os filmes levaram anos para serem realizados e trouxeram a falência ao diretor. Mas, vivendo desde os anos 60 no Oriente -Sri Lanka, Índia e Tailândia-, Rooks pensa há sete anos em fazer novo filme.
"É sobre o poder da sexualidade, do instinto primal do homem". E também baseado na história de sua primeira mulher, Zina Rachevsky, sobrinha do último czar da Rússia, e quem introduziu Rooks ao círculo beat e ao Oriente.

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