São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Teste reprova 8 tipos de preservativo

OSCAR RÖCKER NETTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Oito tipos de camisinhas vendidas no Brasil foram reprovadas em testes realizados pelo INT (Instituto Nacional de Tecnologia) a pedido do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
Todas estouraram quando submetidas a testes de pressão de ar. Duas apresentavam sujeira.
Ao todo foram analisados 20 tipos, entre nacionais e importados. Entre as reprovadas, apenas uma é fabricada no Brasil, a Olla não-lubrificada, produzida no Estado de São Paulo.
As outras (veja quadro ao lado) são importadas da Coréia do Sul, Malásia, Estados Unidos, Índia e Japão. As empresas não concordam com os métodos usados no teste pelo Idec e ameaçam entrar na Justiça contra o órgão (leia texto ao lado).
Sezifredo Paulo Paz, 36, coordenador técnico do Idec, afirma que os principais problemas ocorrem em preservativos mais velhos, apesar de estarem dentro do prazo legal de validade.
"É preciso mudar os prazos de validade", diz Paz. Segundo ele, o prazo atual varia entre 2 e 3 anos, quando o ideal seria um ano no máximo.
Selo de qualidade
Segundo o Idec, os produtos reprovados apresentam riscos de saúde para o consumidor. Além disso, não cumpririam a função para a qual são adquiridos (impedir a gravidez e prevenir contra doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids).
O Idec sugere algumas mudanças no método de avaliação dos produtos.
Segundo Sezifredo, é preciso adequar o prazo de validade e revisar as normas atuais.
"É preciso fiscalizar também o produto depois que ele vai para o varejo, que é onde o consumidor compra", diz Paz.
Segundo ele, os produtos importados não devem entrar no Brasil com data superior a seis meses depois da fabricação.
O Idec defende também um processo de validação dos testes: um mesmo produto seria testado por diferentes laboratórios.

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