São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Greve-relâmpago dos jogadores pára atividades no Fluminense

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Os jogadores do Fluminense fizeram greve ontem, se recusando a participar dos treinos da equipe de manhã e à tarde.
Eles protestam contra o atraso de três a seis meses, dependendo do atleta, no pagamento de salários.
No fim da tarde, os jogadores disseram que vão voltar aos treinos, desde que a diretoria do clube cumpra a promessa de pagar hoje um mês de salário atrasado.
"Estou vivendo à custa de amigos", disse o zagueiro Lima. "A situação não pode continuar."
O time chegou à sede das Laranjeiras (zona sul do Rio) às 7h30. De lá, sairia um ônibus para o centro de treinamento em Xerém, na Baixada Fluminense, onde haveria treinos às 9h e às 16h.
Como nenhum diretor atendeu ao pedido dos atletas para comparecer às Laranjeiras, eles se recusaram a ir para Xerém.
Às 15h30, começou a reunião entre os jogadores e o diretor de futebol Fernando Milman, que assumiu o cargo na segunda-feira.
Ele prometeu entregar hoje um cheque a cada atleta.
"Compreendo a preocupação dos jogadores, mas eles se precipitaram", afirmou o dirigente.
"Houve repercussão porque o fato foi no Fluminense, um clube em dificuldades. Se fosse no Palmeiras, ninguém falaria nada."
Milman criticou o reserva Uidemar. O jogador dissera que o técnico Cláudio Duarte escala o time segundo a vontade da diretoria.
Em crise, o Fluminense tem dívida estimada em US$ 20 milhões. No Brasileiro, está ameaçado de ser rebaixado para a segunda divisão. Muitos jogadores, sem dinheiro, vão trabalhar de ônibus.
Anteontem, depois de passar cinco horas preso numa delegacia por pagar pensão alimentícia à filha com valor menor que o determinado pela Justiça, o atacante Renato Gaúcho disse que o motivo foi o atraso salarial no clube.
(MM)

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