São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Clube dos 13 recusa o 'acordo de Brasília'

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O Clube dos 13 vai se opor na Justiça e no Congresso Nacional ao acordo anunciado anteontem em Brasília sobre mudança na legislação do passe de jogador de futebol.
A afirmação foi feita ontem por Fábio Koff, presidente da associação, que congrega os clubes de maior peso político do país.
O acordo da terça-feira entre governo, sindicatos de jogadores e os presidentes do Santos e do Vitória (BA) não evitará, portanto, uma "guerra" judicial e parlamentar.
Na prática, o governo recuou de suas proposições originais para satisfazer os grandes clubes, mas estes mantêm a divergência.
A resolução original sobre passe previa sua entrada em vigor em 1º de janeiro de 1997.
Anteontem, foi adiada para 1º de janeiro de 1998.
Passe é a indenização que um clube tem de pagar a outro para contratar um atleta.
A idade inicial para o jogador receber passe livre (direito de trabalhar onde quiser) era 26 anos. Anteontem, passou para 27 anos.
No acordo de Brasília, os representantes de Santos e Vitória se comprometeram a apoiar um projeto de lei extinguindo o passe, com carência de dois anos.
Lei
Na Justiça, segundo o presidente do Clube dos 13, a entidade vai defender a ilegalidade da nova legislação -o acordo de anteontem será publicado no "Diário Oficial" da União como resolução do Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto).
Para Fábio Koff, quaisquer mudanças na legislação referente ao passe têm de ser aprovadas pelo Congresso.
No Congresso Nacional, Koff apóia projeto de lei protocolado na terça-feira pelo deputado Eurico Miranda (PPB-RJ).
O projeto, encomendado pelo Clube dos 13, prevê passe livre aos 28 anos, no caso de o atleta jogar num clube brasileiro.
Se for para o exterior, seu último clube nacional terá que receber uma indenização. Pela lei atual, há passe livre aos 32 anos.
Na reunião de Brasília, o presidente do Santos, Samir Abdul-Hak, assinou protocolo como vice-presidente do Clube dos 13.
"Mas Samir falou em nome individual, não do Clube dos 13", disse ontem Fábio Koff, que enviara à reunião fax comprovando que não fora a Brasília porque o aeroporto de Porto Alegre ficara fechado por mau tempo.
"Pelo estatuto do Clube dos 13, na ausência do presidente, o vice o representa", disse Carlos Miguel Aidar, conselheiro do Indesp.
O presidente da Federação Nacional dos Atletas de Futebol, Alfredo Sampaio, acusou o Clube dos 13 de "trairagem", termo que indica traição e deslealdade.

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