São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Comissão no Congresso impõe resistência à extinção do passe

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O projeto de lei que o governo vai enviar ao Congresso para acabar com o passe no futebol vai encontrar resistências na Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara.
Ontem, na comissão, a maioria dos deputados que participaram da audiência com o ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, se manifestou contra o fim do passe.
A comissão será a primeira instância do Congresso a analisar a proposta. "A maioria (dos deputados da comissão) é contrária a acabar com o passe", disse o presidente da comissão, Moacyr Andrade (PPB-AL).
"É normal uma certa resistência dos (deputados) que representam clubes", comentou Pelé.
Em reunião anteontem, representantes do ministério, dos jogadores e dos clubes fecharam um acordo sobre o fim do passe.
Pelo acordo, o ministério baixará uma resolução determinando o fim do passe em 1998 para jogadores com idade a partir de 27 anos. As partes farão um projeto, a ser enviado ao Congresso, para acabar em definitivo com o passe dois anos depois de aprovada a proposta. A resolução seria então extinta.
Após afirmar ontem que o acordo não tinha representatividade, o deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), contrário ao fim do passe, se disse satisfeito com a proposta. "O Congresso é que vai discutir o fim do passe."
Na audiência, Miranda discutiu várias vezes com Pelé. Ele acredita que, com o fim do passe, os clubes vão ter dificuldades financeiras. Para Pelé, os clubes estão falidos e precisam, para se adaptarem ao fim do passe, ser mais bem administrados.

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