São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996 |
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Militares debatem estratégia no Rio Divisão da Amazônia não é consensual RONI LIMA
A proposta em discussão foi revelada pela Folha no domingo passado. "Se existe (a proposta), é bom", disse em entrevista Cavagnari, após participar no Rio de debate do 3º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos. Para Cavagnari, do ponto de vista estratégico, a criação de novos territórios possibilitaria a intervenção direta do governo federal na região e facilitaria a ocupação da fronteira do Brasil. "Quanto mais gente tivermos, realizando atividades econômicas, automaticamente teremos mais segurança", afirmou. Também presente ao debate sobre concepção estratégica nacional, o ex-secretário de Assuntos Estratégicos de Itamar Franco, almirante da reserva Mário César Flores, disse ter receio de uma eventual divisão do Amazonas. "O meu receio é que sirva na verdade para se criar mais 'x' deputados, e por aí vai", disse. Flores disse desconhecer a proposta, que já foi mencionada em reunião convocada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo FHC. Para o ex-secretário, essa proposta não teria qualquer importância estratégica. "É um problema administrativo." O debate sobre concepção estratégica nacional foi uma das atividades de ontem do encontro, promovido no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pela ESG (Escola Superior de Guerra) e outros órgãos. À tarde, no debate Forças Armadas, o ministro-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Benedito Onofre Bezerra Leonel, criticou os que defendem a redução do efetivo das corporações e o fim do serviço militar obrigatório. A redução do efetivo e o fim do serviço militar obrigatório foram defendidos pela manhã pelo coronel Cavagnari. Segundo o coronel, o país não pode sustentar o atual efetivo das Forças Armadas, de cerca de 300 mil homens. Para o ministro, a complexidade social e o tamanho do Brasil justificariam o atual efetivo. Segundo ele, diferentemente de países como a França, as Forças Armadas não são utilizadas apenas "como instrumento de guerra", mas também na construção de ferrovias e apoio a programas sociais. Segundo o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Renato Guerreiro, que participou do encontro promovido pela ESG, o governo federal vai enviar ao Congresso no início de novembro o projeto de lei que cria o órgão regulador das telecomunicações. O projeto prevê total independência decisória e financeira para o órgão: "O órgão não pode depender da boa vontade de outras instituições para exercer suas funções". Texto Anterior: Democracia ou autoritarismo? Próximo Texto: Militares debatem estratégia no Rio Índice |
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