São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996
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Nunca houve tanta austeridade, diz Covas

FRANCISCO CÂMPERA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), disse ontem que 'nunca houve um período de austeridade tão significativo por parte dos governadores como agora'. A afirmação foi uma resposta ao governo federal, que tem cobrado dos Estados a adoção de medidas para contenção de despesas como um ponto fundamental para a renegociação de suas dívidas.
A declaração foi feita ontem no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, durante a formalização do acordo entre a Petrobrás e quatro empresas privadas para a construção do Pólo do Planalto Paulista.
O presidente Fernando Henrique Cardoso, presente à cerimônia, disse que 'quando os Estados se ajudam, nós ajudamos, se não fizer isto fica difícil'.
Para Covas, os governadores não estão pressionando o governo federal, mas apenas 'renegociando'. Ele disse que já fez os ajustes necessários. 'Só em 96 pagamos R$ 470 milhões de precatórios.'
O governador comparou a renegociação com o governo federal com o acerto da dívida externa. Para Covas, o Brasil cresceu depois de repactuar a dívida externa. 'É o que os Estados pretendem'.
Malan
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse em Salvador, em seminário sobre reforma do Estado, que o governo não "vai jogar o bebê fora junto com a água do banho" -não pretende ceder em nada que possa comprometer o Real.
Segundo ele, o governo negocia dentro da perspectiva de ajuste de contas. "Existem Estados que têm 105% da receita comprometida com o funcionalismo", cobrou.
Paulo Souto, governador baiano, afirmou que o Nordeste espera melhor tratamento do governo federal. "Os Estados estão fazendo o ajuste fiscal, reduzindo pessoal e usando recursos próprios para investir. Mas nossa capacidade de reinvestir está acabando."

Colaborou a Agência Folha

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