São Paulo, sábado, 19 de outubro de 1996
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Cai notificação de Aids de 94 para 95

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O total de casos de Aids notificados no Brasil caiu de 94 para 95. Foram 9.695 no ano passado, contra 13.977 em 94, quando o país havia batido recorde de notificações.
Os dados finais sobre os casos de 95 foram divulgados ontem pelo Programa de DST/Aids do Ministério da Saúde. Também foi anunciado o balanço preliminar das notificações em 1996.
Até a 22ª semana do ano (1º de junho), só haviam sido registrados 442 novos casos.
Segundo o Ministério da Saúde, a baixa notificação em 96 é resultado da demora dos Estados e municípios em organizar os dados e não fruto de uma queda real no número de infectados pelo HIV.
A maioria dos Estados ainda não enviou ao ministério o número de casos notificados a partir do segundo bimestre de 96.
Outro problema é a subnotificação, que ainda é muito alta. Segundo a coordenação do programa de DST/Aids, muitos médicos continuam resistindo em informar às secretarias da Saúde sobre pacientes contaminados pelo HIV.
Segundo projeções feitas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil já teria cerca de 500 mil pessoas com Aids.
As estatísticas oficiais só registram 82,8 mil notificações desde 1980, quando foi registrado o primeiro caso de Aids no país.
São Paulo
Em 95, São Paulo foi responsável por 48,7% do total de novos casos de Aids registrados no país -houve 4.730 notificações no Estado.
Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná foram responsáveis por 23,2% das notificações. O Acre foi o único Estado que não registrou casos novos de Aids. Roraima só registrou cinco, e Tocantins, nove.
Proporcionalmente à população, o Estado campeão de casos de Aids em 95 continua sendo São Paulo (14,2 casos por 100 mil habitantes). Em seguida vêm o Distrito Federal (10,7 casos), Santa Catarina (9,9 casos) e Rio de Janeiro (8,4 casos por 100 mil habitantes).
Entre os municípios, Itajaí (SC), Santos (SP), Camboriú (SC) e São José do Rio Preto (SP) foram os que registraram mais casos de Aids proporcionalmente à sua população, entre 80 e 95.

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