São Paulo, sábado, 19 de outubro de 1996
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Juro baixo, apesar de novo compulsório

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

A entrada em vigor, ontem, dos novos percentuais de recolhimento compulsório (o que as instituições têm de depositar no Banco Central -BC) dos depósitos a prazo (CDBs, RDBs etc.) não puxaram as taxas de juro para cima, como se esperava durante a semana.
O mercado à vista abriu tomador a 2,57% e doador a 2,58% de taxa-over Selic, mas cedeu para 2,47%/2,48%, ainda pela manhã.
Para segunda-feira, o dinheiro a termo ficou a 2,50%/2,51% de taxa-over, mostrando que o efeito "compulsório" já foi assimilado pelo mercado.
No mercado futuro de taxa de juro, houve ligeira correção para cima nos contratos com vencimento em meses mais distantes.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) abriu e fechou em alta o pregão que antecede o vencimento do exercício de opções.
A queda dos juros dos títulos de 30 anos nos EUA, para 6,78% ao ano, animou o mercado de ações brasileiro desde a manhã.
O índice Bovespa fechou com alta de 0,47%, em 67.981 pontos. O volume financeiro atingiu R$ 569,02 milhões.
O índice de ontem, se "dolarizado" (US$ 24,12), é o maior dos últimos 23 anos, segundo cálculos do mercado.
Isso demonstraria que a Bolsa está rompendo resistência e teria fôlego para deslanchar.
Passada a disputa entre comprados (que apostam na alta) e vendidos (que apostam na baixa) no mercado de opções, de segunda-feira, a Bolsa deve subir em cima de Telebrás e de suas subsidiárias.
O papel teria ficado atrasado em relação às demais ações de primeira linha, em função da volatilidade que antecede o exercício de opções.
O mercado aposta que Telebrás e todo o setor de telecomunicações devem empurrar a Bolsa para cima na próxima semana.
Telebrás PN subiu 0,4% ontem, fechando a R$ 82,70 o lote de mil ações, levando a crer que a opção Telebrás a R$ 80 deve acabar sendo exercida na segunda-feira.
A especulação continuou ontem no mercado paralelo, mas os volumes negociados já foram bem menores do que os do dia anterior.
O mercado de dólar comercial permaneceu tranquilo ontem.
O BC apenas observou os negócios sem nenhuma intervenção.

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