São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996
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Reinaldinho

JUCA KFOURI

Aos 20 anos, em 1960, Pelé já era campeão mundial pela seleção brasileira.
Com a mesma idade, Ronaldinho também o é.
Há, no entanto, uma diferença nada desprezível nesta simples constatação: Ronaldinho não jogou nenhuma das partidas na Copa de 1994, nos EUA, enquanto Pelé jogou quatro em 1958. E marcou seis gols!
Ao abandonar o futebol, o Rei Pelé era cinco vezes campeão mundial entre seleção e clube, havia feito quase 1.300 gols e seu nome ganhava do da Coca-Cola no reconhecimento do planeta.
Daí qualquer comparação entre ambos ser descabida. E inevitável.
A mídia adora comparar, é natural que seja assim e, felizmente, Ronaldinho não parece nem aí.
Quer, apenas(?!), ser considerado o melhor do mundo nesta temporada e caminha a arrancadas largas e gols em profusão para atingir sua meta.
Não há hoje em dia no futebol mundial um jogador que brilhe tanto quanto ele.
Mas o nosso novo candidato a rei do futebol tem anos-luz pela frente para tentar igualar os números do "Atleta do Século", título recebido em 1980.
Se bem que nada impede que, como Pelé aos 40 anos, Ronaldinho seja, daqui a 20, o "Atleta do Século 21".
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Admiração geral no mercado carioca: depois de comprar uma casa em Búzios avaliada em R$ 1 milhão, Ricardo Teixeira está abrindo uma filial de sua choperia El Turf e comprou o restaurante Grill One.
Explicação do mesmo mercado: ele dirige uma empresa sem concorrentes, que não paga impostos e que ninguém fiscaliza. Nome da empresa: CBF.
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O pacote fiscal baixado pelo governo, que muda as relações do INSS com os clubes de futebol, pode ser o passo que faltava para a transformação dos ditos cujos em empresas.
Foi mais ou menos assim, no começo dos anos 70, que o governo italiano, cansado de subsidiar o futebol, forçou a mudança que acabou transformando o futebol peninsular na potência que é.
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O Clube dos 13 roeu o acordo em torno do passe porque está seguro da vitória no Supremo Tribunal Federal.
Os cartolas garantem ter consultado alguns ministros do STF que estariam fechados com a entidade sobre a inconstitucionalidade da resolução ministerial.

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