São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996
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Serv Lar vai à Justiça contra a Spal

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Três licenciados da Serv Lar estão entrando com processo na Justiça e pedindo a intermediação da Associação Brasileira de Franchising contra a Spal, franqueada em São Paulo da Coca-Cola.
Flávio Menezes, 33, advogado das empresas Rocci, Valeros e Bradock -que usam a marca Serv Lar-, afirma que a franqueadora não tem cumprido os descontos acertados em contrato.
Menezes diz que está entrando na Justiça com uma ação cautelar, pedindo uma liminar para que as empresas comprem da Spal com os descontos estabelecidos e com prazo de pagamento de 15 dias.
A rede tem 30 unidades em São Paulo. Surgiu em Campinas (99 km a noroeste de São Paulo) -onde a operação da Coca-Cola também é da Spal-, para atender as cidades vizinhas.
Segundo Menezes, alguns empresários que usam a marca decidiram "formatar" a franquia -criar regras e normas de procedimentos para todas as unidades-, o que desagradou a Spal.
"Cerca de 15 franqueados me procuraram e sugeri a criação de um conselho para tratar dos problemas com a empresa", diz.
Segundo ele, os três franqueados eleitos para representar o conselho tiveram os descontos cortados e "receberam ameaças de descredenciamento".
Além disso, estariam tendo de se submeter à imposição de cotas de compras. "A Rocci vende R$ 1 milhão por mês e eles querem fornecer apenas 20% do que ela normalmente compra."
Os descontos para os integrantes da Serv Lar, segundo a Spal, variam de 10% a 30% sobre os preços praticados no varejo.
O advogado afirma que está propondo a associação das três empresas que representa à ABF, para tentar "forçar" uma negociação da Spal com os licenciados.
Outro lado
Francisco Mello, 50, diretor comercial da Spal, nega que a empresa esteja descumprindo o que foi acertado com os licenciados.
"Estamos mantendo as mesmas condições de pagamento e os descontos estão sendo preservados."
Mello diz que a "guerra de preços entre redes de supermercados, com a prática de preços até abaixo do custo" é que tem provocado problemas com a rede.
"Obviamente, as lojas Serv Lar que estão próximas aos supermercados deixaram de vender para muitos clientes", afirma Mello.
Eloisio Euzébio Nazaré, 41, gerente de operações de vendas da Spal, diz que a transferência de know-how e produtos para a rede Serv Lar não é franquia.
"Nós chamamos os empresários de parceiros", diz. Segundo ele, não há cobrança de taxa de franquia ou de royalties -comuns em operações de franchising.
(NR)

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