São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996
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Depois da bonança; Seguindo a bula; Restos a pagar; Foi para Portugal; Prato feito; Rota de colisão; Antes dos bois; Obra do acaso; Cadeira quente; Parâmetro de velocidade; Reforma paulista; Força maior; Banho-maria; Lobby peemedebista; Muito atual; Lançamento oficial

Depois da bonança
Quem levou, levou; dinheiro agora, só em 97. Após o pacote de liberações de verbas para os ministérios, há uma semana, a ordem no governo é fechar as torneiras. O déficit mostra que elas já drenaram o tesouro.

Seguindo a bula
Para variar, a tesoura federal deverá ser acionada com mais vigor só após o segundo turno das eleições. O receituário é o de sempre: extinção de estatais, eliminação de cargos de confiança e aperto nos Estados.

Restos a pagar
Vítimas previsíveis do facão federal: credores do governo com contas a receber, transferências voluntárias para Estados e municípios e o orçamento de 97, que vai herdar um monte de faturas não-pagas em 96.

Foi para Portugal
Dono da chave do cofre, o secretário do Tesouro, Murillo Portugal, não estará nem aí para ouvir as reclamações sobre cortes de despesa. Embarca em novembro para assumir cargo no Bird. Não volta tão cedo.

Prato feito
Não deu para esperar a reforma ministerial. Aflito em assumir sua nova face, de tocador de obras, FHC nomeará até começo novembro os cerca de 30 gerentes responsáveis pelos 42 projetos de seu plano de metas.

Rota de colisão
Os gerentes escolhidos para tocar as obras do plano de metas têm perfil técnico. Vários vêm do BNDES e Banco do Brasil. Resta saber como os futuros ministros, escolhidos por seu perfil político, vão se dar com eles.

Antes dos bois
As eleições municipais provaram: mais do que as obras, o que importa é propagandeá-las. Assim, o Planalto, via Sérgio Amaral, tenta hoje, em reunião em São Paulo, unificar o discurso dos publicitários do governo sob o lema "Brasil em ação".

Obra do acaso
Conversa entre dois publicitários que trabalham para o governo, captada em uma linha cruzada de telefone celular: "Aprovar aquele slogan foi moleza. A reunião de segunda (hoje) é só para passar mel na boca deles".

Cadeira quente
O Planalto se prepara para ter seu quarto assessor de propaganda em menos de dois anos. O publicitário Tom Eisenlohr foi sondado para voltar a Brasília. Da última vez, no governo Collor, ficou só quatro meses.

Parâmetro de velocidade
Adaptação tucana para a fábula do coelho e da tartaruga: "O FHC demorou tanto para fazer a reforma ministerial que o Covas vai trocar o secretariado antes".

Reforma paulista
Secretários com mais chances de ficar nas cadeiras: Yoshiaki Nakano (Fazenda), Antônio Angarita (Governo), David Zylbersztajn (Energia), Hugo Marques da Rosa (Obras), Belisário Alves dos Santos (Justiça).

Força maior
FHC deve adiar as viagens que faria em janeiro a Itália, Inglaterra e Angola. Por um bom motivo: dedicar tempo integral às articulações para a aprovação da emenda da reeleição, cuja votação está prevista para fevereiro.

Banho-maria
Até o final do ano, FHC cumpre a agenda programada de viagens: África do Sul, Chile e Bolívia. A comissão da reeleição, a ser instalada dia 29, nada decide antes da virada do ano.

Lobby peemedebista
Setores da bancada do PMDB estão fazendo força para emplacar o nome do ex-ministro Odacir Klein como presidente da comissão da reeleição na Câmara. Disputa com Edinho Araújo, que era mais forte. Era.

Muito atual
Manchetes de "O Tucano", jornal da direção do PSDB, enviado em 17 de outubro para jornalistas: "Serra entra na reta final", "O projeto de Leonelli", "Yeda se fortalece". Todos os mencionados haviam sido derrotados duas semanas antes.

Lançamento oficial
O embaixador do Chile no Brasil, Heraldo Muñoz, lança hoje às 18h30 o livro "A Nova Política Internacional", na Livraria da Vila, em São Paulo.

TIROTEIO
De deputado Roberto Campos (PPB-RJ), sobre o ritmo da privatização das empresas do Sistema Telebrás:
- O ministro Sérgio Motta é um dínamo verbal, mas uma lesma operacional.

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