São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996
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Luizão marca e já está se ajustando com Viola

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Mesmo sem Djalminha, sua mais cintilante estrela, o Palmeiras conseguiu reaprumar-se, recuperando a ponta da artilharia com os 4 a 2 que impingiu no Vitória ontem.
É bem verdade que, no início do segundo tempo, teve um vacilo que provocou arrepios na sua torcida, quando, vencendo por 3 a 0, permitiu que o Vitória reduzisse para 3 a 2, a partir de uma saída em falso do goleiro Velloso, que pagava o preço da volta depois de longo tempo na enfermaria.
Por falar em volta, porém, valeu mais a volta de Luizão, que fez o seu gol e deu mostras de estar se ajustando com Viola, que, sem muito alarde, vai se habituando com a camisa verde e as novas companhias no novo Parque.
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O episódio de sexta foi emblemático: enquanto o cartola Ivens Mendes dava um pontapé na ética, Zetti, elegantemente, a recolocava em campo.
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No sábado, o Santos perdeu a grande chance de manter viva a esperança de classificação, ao entregar de bandeja ao Flamengo um jogo ganho.
Não só porque vencia de 1 a 0, no segundo tempo, mas, sobretudo, porque tinha aos seus pés um time desfibrado pelas quatro goleadas sofridas em seguida no campeonato. Era incrível como a bola zanzava à entrada da área rubro-negra, solteira e desimpedida, sem que um único defensor fosse capaz de afastá-la dali.
Faltou ao Santos, o tempo todo -diria, durante toda a temporada-, um atacante capaz de converter em gol tamanha superioridade.
A presença de um goleador autêntico não garante o título a ninguém. Mas sua ausência é garantia de desclassificação, mais cedo ou mais tarde.
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É possível que a vitória de 2 a 1, de virada, sobre o Santos resgate parte da confiança perdida por esse Flamengo que era apontado pela lógica como um dos finalistas do Brasileirão, antes do início do torneio. Afinal, além de um ilustre elenco, tem carisma.
Mas a fragilidade de seu meio-campo sugere apenas uma longa agonia.
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A câmera focou Zagallo nas tribunas do Nou Camp quando o Barça já metia quatro (um de Ronaldinho e dois de Giovanni) dos oito gols que impingiria no Logroñés, ontem. O que nosso velho Lobo dos campos estava vendo?
Se ainda estiver com os olhos aguçados, terá captado, além da certeza mais que absoluta de que Ronaldinho é, hoje em dia, incomparável, a sugestão de que Giovanni não é seu número 1. É, simplesmente, o nobilíssimo número 10 que não tínhamos desde Zico.
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Uma regra de ouro do futebol é a que adverte: não se deve desdenhar do craque. O diabo é que a maioria dos treinadores tem o vezo de quebrá-la. Como o uruguaio Tabarez, que dispõe de um dos mais ricos e refinados elencos do mundo à sua disposição, no Milan.
Barrou Roberto Baggio, por sei lá que idiossincrasias, e o que se viu foi uma rota imagem do Milan arrastando-se em campo diante do modestíssimo Gottemburgo, pela Copa do Uefa, no meio da semana. Ontem, arrasou o Napoli. Com Baggio.

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