São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996 |
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Governo não consegue maioria no Japão
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O Partido Liberal Democrático (PLD), do atual primeiro-ministro Ryutaro Hashimoto, venceu as eleições de ontem mas não obteve a maioria parlamentar.O pleito foi marcado pela maior abstenção desde o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O PLD ficou com 239 das 500 cadeiras da câmara dos deputados. Cerca de 41% dos 98 milhões de eleitores deixaram de votar. O recorde anterior de abstenção ocorrera nas eleições legislativas de julho de 1993. Coalizão Mesmo com o aumento de 28 deputados em sua bancada, o PLD terá de negociar com seus atuais aliados uma nova coalizão para governar o país. Visivelmente desapontado em suas declarações à TV, Hashimoto disse que dará "as boas-vindas" a todos aqueles que concordarem com sua política. O PLD anunciou que pretende começar imediatamente as negociações com o Partido Social-Democrata (PSD), com o Sakigake e com o Partido Democrático (PD). O governo de coalizão era liderado pelo PLD, com apoio do PSD e do Sakigake (que têm agora 17 cadeiras, menos da metade dos deputados da legislatura passada). O Partido Democrático, criado há um mês por dissidentes do PSD e do Sakigake, obteve 52 cadeiras. Para obter uma maioria confortável nas duas casas do parlamento, o PLD precisa dos senadores do PSD e dos novos deputados do PD. O PLD, que dominou o Japão de 1945 até 1993, quando deixou o governo, voltou ao poder em meados de 1994. Há um mês, Hashimoto convocou novas eleições. O calendário eleitoral previa eleições somente no ano que vem, mas Hashimoto as adiantou, esperando obter maioria absoluta. O premiê queria acabar com a conturbada coalizão de partidos que lidera. Acreditava-se também que o novo sistema eleitoral tiraria cadeiras dos pequenos partidos e favoreceria o PLD. Nas eleições de ontem, o voto passou a ser distrital misto. Isto é, são eleitos candidatos majoritários das listas dos partidos, de acordo com a votação proporcional de cada sigla, como no Brasil, e os que vencem as disputas em distritos. Oposição O Shinshinto, o principal adversário de Hashimoto, perdeu 4 dos 160 deputados que tinha. O principal diferença do Shinshinto em relação ao PLD é sua oposição ao projeto de Hashimoto de elevar o imposto sobre circulação de mercadorias de 2% para 5% em abril do próximo ano. Os oposicionistas pregam também a redução do imposto de renda. O Partido Comunista dobrou sua representação na câmara baixa: tem agora 26 deputados. Texto Anterior: Avião cai no Canadá e deixa oito mortos; Americano se encontra hoje com líder curdo Próximo Texto: Erros podem decidir pleito na Nicarágua Índice |
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