São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Cresce protesto de índios no Maranhão

Moradores fecham acessos; 130 são reféns

IRINEU MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Os moradores de Grajaú (MA) bloquearam os acessos rodoviários ao município e à aldeia do Coquinho, onde cerca de 130 pessoas -entre elas um promotor de Justiça- estão sendo mantidas como reféns dos índios guajajaras.
Os moradores apóiam o movimento iniciado quinta pelos índios, que bloquearam a rodovia BR-226, que liga Teresina (PI) a Porto Franco (oeste do Maranhão). Os índios exigem a pavimentação de parte da estrada, que cruza a reserva indígena Canabrava, onde fica a aldeia do Coquinho.
A Polícia Federal começou a apurar o caso. A Funai acusa o deputado estadual governista Mercial Arruda (PFL) de incitar os índios a cometer o sequestro. A PF também suspeita que ele seja "mentor" da atuação dos índios.
"Até um mês atrás, os guajajaras sempre foram contra o asfaltamento, porque eles têm consciência de que isso só irá trazer mais atropelamentos, prostituição e alcoolismo", disse o administrador regional da Funai em São Luís, José Arão Marizê Lopes, 29.
Arruda, que lidera o movimento pelo asfaltamento, disse à Agência Folha que não está incitando os índios. "Eu os apóio, assim como apóio a reivindicação dos moradores. O asfaltamento da estrada é fundamental para o desenvolvimento da região e a população quer que ela passe a ser administrada pelo Estado", afirmou.
O asfaltamento da rodovia foi promessa de Arruda em sua campanha eleitoral. Ele tem planos de se candidatar a deputado federal.

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