São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Assassino de líder judaico é reconhecido

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Carlos Eduardo de Oliveira, que confessou ter sequestrado e matado Abramo Picciotto, 22, consultor jurídico e líder da comunidade judaica de São Paulo, está sendo acusado de participar do assassinato do advogado Cláudio Zalona Latorraca, 41, primo do ator Ney Latorraca.
Segundo a polícia, Carlos Eduardo de Oliveira, 19, foi reconhecido por testemunhas da morte do advogado. Latorraca também foi sequestrado e morto.
Ele desapareceu quando voltava para casa, no Jardim América (zona oeste), em 6 de junho passado. A família denunciou o desaparecimento à polícia no dia seguinte.
"Nós descobrimos que a vítima havia saído com uma mulher. O advogado desapareceu após deixá-la em casa", disse o delegado Paulo de Tarso Roggiero.
No dia 9, a polícia localizou o carro do advogado, um Monza. O veículo havia sido abandonado por dois homens após ser lavado em um posto de gasolina em Registro (185 km a sudoeste de SP).
As investigações da Delegacia de Pessoas Desaparecidas prosseguiram e, em 26 de junho, o corpo de Latorraca foi achado num canavial em Araçariguama, perto de Sorocaba (87 km a oeste de SP) -o mesmo lugar em que o corpo de Picciotto foi encontrado.
As pessoas que abandonaram o carro em Registro não moravam na cidade, segundo as testemunhas do posto de gasolina. Eles ficaram com cheques, dinheiro e cartões de crédito da vítima. O advogado foi morto a tiros.
Prisão
Na semana passada, Oliveira, Carlos Cesar Romero e um adolescente de 16 anos foram presos sob a acusação de assassinar Picciotto. O consultor, que foi morto com dois tiros, havia desaparecido no dia 9 de outubro passado.
Com o adolescente, os policiais acharam o Passat importado da vítima. Segundo a polícia, eles confessaram o sequestro, o roubo e a morte, mas negaram ter cometido qualquer outro crime.
"O modo como o consultor foi morto era muito semelhante ao modo como o advogado foi assassinado. Chamamos as testemunhas do posto de gasolina, e elas reconheceram Oliveira por fotografias", disse o delegado.
A Delegacia de Pessoas Desaparecidas deverá enviar os autos de reconhecimento do acusado aos policiais de Sorocaba.
O objetivo é que Oliveira seja interrogado e indiciado (acusado formalmente) no inquérito que apura a morte do advogado -primo do ator Ney Latorraca.
Os outros presos acusados da morte de Picciotto não foram reconhecidos pelas testemunhas. A polícia ainda está procurando o outro homem que estava no Monza do advogado quando o veículo foi abandonado em Registro.

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