São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Computador avalia menor da Febem

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) vai implantar uma rede de computadores nas unidades de menores infratores para poder acompanhar as informações sobre saúde e agilizar os processos de liberdade dos adolescentes internados.
Esse sistema informatizado está sendo desenvolvido pelo professor titular de Informática Médica da Faculdade de Medicina da USP, Eduardo Massad, em conjunto com a Faculdade de Direito da USP e com técnicos da Febem.
"Estamos criando um sistema de armazenamento de informações jurídicas e médicas de cada menor internado", afirmou Massad.
Segundo ele, a previsão é que a rede esteja implantada no primeiro semestre de 1997.
"Vamos poder ter acesso imediato aos tipos de infrações cometidas pelos menores, além da idade, origem e escolaridade dos adolescentes. Também vamos dispor do prontuário médico de cada adolescente recolhido na Febem", afirmou o professor.
"O objetivo é melhorar o atendimento na Febem. Aumentando a rapidez da informação poderemos agilizar o processo de liberdade dos infratores", disse Massad.
Hoje a Febem abriga 7.762 menores infratores, distribuídos em 32 unidades no Estado.
Os dois maiores complexos, o do Tatuapé e o da Imigrantes, são localizados na capital. Eles concentram a grande maioria dos menores infratores de todo o Estado.
O acompanhamento jurídico por meio eletrônico também poderá proporcionar à Febem o desenvolvimento de novos programas de recuperação, uma vez que as informações sobre o perfil dos menores serão recicladas mais rapidamente.
"Será possível ainda identificar, por meio de cruzamento de dados, as determinantes para cada tipo de infração e, a partir daí, elaborar planos de ação", disse Massad.
"O monitoramento eletrônico das unidades da Febem é fundamental para traçarmos com agilidade políticas de recuperação dos menores infratores", disse o presidente da Febem, Eduardo Roberto Domingues da Silva.
O projeto está orçado, segundo Massad, em R$ 1 milhão. Inicialmente serão necessários cem computadores.
Descentralização
Para o coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Promotores de Justiça da Infância e Juventude de São Paulo, Paulo Afonso Garrido de Paula, o atendimento na Febem começará a melhorar se houver a descentralização das unidades de infratores da fundação.
Ele propõe um consórcio entre Estado e prefeituras para administrar miniinternatos no interior.
"O Estado faria a segurança externa dos internatos, e os municípios, auxiliados em parte pelo Estado, se responsabilizariam pela manutenção dos estabelecimentos", disse Garrido de Paula.
O presidente da Febem informou que a entidade tem um projeto de construção de 13 miniinternatos no interior, a um custo total de R$ 13 milhões.

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