São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Europa ganha primeiro museu virtual

KARIN OHLENSCHLGER
DO "EL PAÍS"

Não tem quadros, nem fotos ou esculturas, e tampouco nenhum objeto específico de valor cultural predeterminado. Só tem computadores -mais de uma centena de máquinas, uma multidão de telas e de sistemas interativos de realidade virtual.
Não estamos falando de uma grande feira de informática, nem de uma sala de videogames. Trata-se de um museu -o primeiro museu cibernético da Europa, plenamente concebido para nossa era digital e informatizada.
Equipado com tecnologias avançadas de comunicações -que, além disso, serão atualizadas anualmente-, o conteúdo do museu não é apenas tecnológico, científico ou artístico. Foi concebido para englobar todas essas categorias sob o lema da interdisciplinaridade e da interatividade.
Mais do que um museu no sentido tradicional da palavra, mais do que um lugar de conservação de valores culturais reconhecidos como tais, é um espaço público de experimentação, pesquisa e produção.
É como um porto marítimo do qual se pode partir para navegar num mar de dados, feito de uma infinidade de imagens, sons e textos que compõem o novo mundo virtual das redes informatizadas.
No Ars Electronica Center (AEC), o visitante não é espectador e sim usuário ativo, convidado para experimentar e sentir em primeira mão a abrangente transformação cultural de nossa era cibernética.
Segundo seus fundadores, o museu oferece a possibilidade de o indivíduo converter-se em criador e cooperador na concepção de nossa nova aldeia global. O que se conserva e fomenta nesse "museu de processos" não são objetos e obras concretas, e sim uma nova experiência individual e coletiva, uma viagem de descoberta dos novos valores efêmeros e imateriais sobre os quais se fundamenta a sociedade do presente e do futuro.
Além de dispor de uma coleção incalculável de mais de 17 anos de manifestações culturais cibernéticas vindas de todas as partes do mundo, o AEC é um museu em que não se concebe o presente visto desde a perspectiva do passado. Seu objetivo é abrir as portas do futuro, para lançar um desafio.

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