São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Bartoli confirma vinda ao país em novembro

IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma mezzo-soprano de 30 anos é a cantora que mais fatura na atualidade. Na temporada 95-96, a italiana Cecilia Bartoli embolsou nada menos que US$ 2 milhões.
Seu recital solo de Mozart vendeu meio milhão de cópias. Comenta-se que seu cachê por apresentação no Brasil seja US$ 75 mil.
Bartoli apareceu na cena lírica como uma garota prodígio dominada pela mãe, com facilidade para fazer as coloraturas presentes nos papéis do bel canto, principalmente Mozart e Rossini. Acabou encantando pela presença de palco e por uma individualidade rara entre as cantoras de hoje.
Deveria ter cantado no Brasil em agosto de 95, mas cancelou na última hora. Com apresentações marcadas para 8, 11, 13 e 16 de novembro, no Cultura Artística, Cecilia Bartoli concedeu, por fax, a seguinte entrevista à Folha.
*
Folha - Em seu último álbum solo, dedicado a compositores franceses, há quatro canções de Bizet. É um indício de que você, finalmente, vai cantar a ópera "Carmen"?
Cecilia Bartoli - Sabia que esta pergunta ia ser feita! Talvez a canção "Zaide", de Berlioz, tenha lhe dado esta idéia. Como você vê, já sei tocar castanholas! "Carmen" é, naturalmente, um papel que vou fazer. Durante muito tempo, disse que nem pensaria em fazê-lo antes do ano 2000.
Agora, que só faltam praticamente três anos para o ano 2000, sou obrigada a mudar minha desculpa e dizer que vou começar a pensar seriamente em cantar "Carmen" a partir do ano 2000.
Acho que acertei em não ter feito cedo, mas também não quero fazer tarde! Quando decidir fazer, tem que ser com o diretor certo, com o maestro certo e com o elenco certo, todos com a mesma concepção da obra.
Folha - Hoje em dia, cantores de primeiro nível ganham em uma noite mais do que a orquestra que os acompanha ganha no ano todo. Você acha isso justo?
Bartoli - De que orquestras você está falando? Pessoalmente, conheço algumas orquestras cujos membros t

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