São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Landsbergis derrota comunistas lituanos

Líder da independência pode governar

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder da independência lituana, Vitautas Landsbergis, 64, venceu no domingo o primeiro turno das eleições no país e está próximo de voltar ao governo. Seu partido, União da Pátria (UP), teve 29,4% dos votos nas eleições para o Seima (Parlamento), seguido pelos democratas-cristãos (10,8%).
O Partido Democrático Lituano do Trabalho (PDLT), comunista e no poder, ficou em terceiro, com 9,7%, apurados 50% dos votos.
Landsbergis governou a Lituânia desde a independência em relação à antiga URSS até a vitória dos comunistas, em 1992.
Agora, o PDLT pediu a união de todos os partidos de esquerda contra a UP no segundo turno. Em 1992, liderados pelo presidente Algirdas Brazauskas, os comunistas tiveram 41%, no que foi interpretado por alguns como um arrependimento dos lituanos quanto ao desligamento da URSS.
Parte dos comunistas já admitiu a derrota. "Está claro que vamos passar à oposição, e será uma oposição dura. Espero que os conservadores tenham aprendido algo em quatro anos", disse Sgitia Gurbené, um dos líderes do PDLT.
Para formar um governo sem coalizão, a UP precisa vencer também o segundo turno, no sistema distrital misto da Lituânia (70 vagas no Parlamento por voto proporcional nos partidos; 71 em eleições majoritárias nos distritos).
Deve haver segundo turno em 50 dos 71 distritos, mas na maioria haverá confronto entre a UP e os democratas-cristãos.
Landsbergis disse ontem que trabalha com a hipótese de ter uma maioria pequena no Parlamento e precisar de uma aliança com os democratas-cristãos.
Ele foi um dos fundadores do movimento Sajudis, que iniciou as manifestações pró-independência em 1989 e, em março do ano seguinte, declarou unilateralmente a independência do país.
Ele deve assumir a presidência do Parlamento, mas não quis comentar a possibilidade de se candidatar à sucessão do comunista Algirdas Brazauskas na Presidência.

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