São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Prefeito da capital da Argélia é morto

Versões são contraditórias

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O prefeito de Argel, Ali Boucetta (pronuncia-se "bucetá"), morreu ontem durante choques entre policiais e militantes muçulmanos na capital da Argélia.
Testemunhas disseram que os ativistas dispararam contra o seu carro, que era seguido por escolta policial, no centro da cidade, por volta de meio-dia.
Foi um dos mais duros golpes dos islâmicos contra o governo laico do presidente Liamine Zéroual.
Mas a agência oficial de notícias argelina, "APS", divulgou outra versão. Boucetta teria sido atingido por uma bala perdida na varanda de sua casa. A rádio francesa "Europe 1" disse que 13 radicais foram mortos no confronto.
O assassinato fez com que a polícia montasse um esquema especial de segurança na cidade. A Casbah (bairro antigo) foi cercada, criando um grande congestionamento.
Mais de 60 mil pessoas já morreram no levante dos radicais islâmicos contra o governo. Ele começou em 1992, quando o governo cancelou o segundo turno das eleições, que apontava para a vitória da Frente Islâmica de Salvação (FIS).
Plebiscito
A onda de ataques -normalmente carros-bomba em locais de grande movimento- se intensificou após o presidente Zéroual anunciar a realização de um plebiscito no dia 28 de novembro.
Nele, os argelinos vão decidir se querem a extinção dos partidos religiosos e que o islamismo seja a religião oficial da Argélia.
O referendo constitucional prevê ainda a criação de câmara parlamentar e reforma do Judiciário.

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