São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 1996
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Jatene pede mais R$ 850 mi ao mês

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Saúde, Adib Jatene, disse ontem que precisa de mais R$ 850 milhões ao mês, além do dinheiro que sua pasta recebe hoje, para fechar seu caixa.
Ele disse esperar que hoje seja feito o anúncio, pela área econômica, do montante dos recursos adicionais que pode receber para fechar o ano. "Eu coloquei a minha necessidade, mas não sei o que vão decidir", afirmou.
No dia 31 deste mês encerra-se o prazo para que sejam feitas alterações orçamentárias. "Ou se resolve agora ou não resolve mais", disse Jatene.
Estava prevista para ontem uma reunião dos ministros da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo Jatene, seu ministério recebe mensalmente R$ 650 milhões para custeio. "Mas preciso de pelo menos R$ 1,5 bilhão para fechar o caixa", disse o ministro, afirmando que "está convencido" de que não há má vontade do Ministério da Fazenda em repassar verbas para sua pasta.
"Eu discuto isso desde o ano passado e sei que a Fazenda não está segurando verbas. Ela não tem recursos. Se ela tivesse e não quisesse repassar, eu ia embora."
Empréstimos
Ontem, Jatene participou da cerimônia de liberação de empréstimos, pelo Banco Mundial e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, de US$ 650 milhões para o SUS (Sistema Único de Saúde), o chamado reforSUS.
Esse dinheiro deve ser usado para reformar 329 unidades do sistema público de saúde, uma das 42 propostas do Plano de Metas do governo, o "Brasil em Ação".
Em discurso durante a cerimônia, o presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a "falta" com a saúde não é deste governo, é histórica. Ele citou o exemplo da morte de idosos na clínica carioca Santa Genoveva como uma "explosão no presente de descuido no passado".
FHC disse que o Brasil não pode ter a "ilusão" de que o atendimento básico de saúde será feito pela rede privada e não pelos hospitais públicos. "Eles (hospitais privados) vão ser cada vez mais insuficientes", afirmou o presidente.

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