São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 1996 |
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Tesouro vai assumir dívida de R$ 8 bi
FERNANDO GODINHO
Com a securitização, o Tesouro Nacional assume as dívidas dessas empresas, emitindo títulos públicos para pagá-las. As empresas passariam a dever à União. A proposta deverá ser apresentada hoje pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, em reunião no Palácio do Planalto. O governo está sendo pressionado a solucionar o endividamento do setor. Ontem, na Câmara, foi aprovada a tramitação em regime de urgência do projeto de lei que aumenta o limite de faturamento dessas empresas para efeito de isenção fiscal. A Receita Federal afirma que esse projeto, já aprovado pelo Senado, causaria uma renúncia fiscal de R$ 4 bilhões. O setor calcula que a renúncia não seria superior a R$ 2 bilhões. 'À tramitação do projeto em regime de urgência facilita nossa negociação com o governo", disse ontem o deputado Augusto Nardes (PPB-RS), coordenador da frente parlamentar ligada aos micro e pequenos empresários. Ainda não está definido se as medidas de socorro ao setor virão na forma de uma MP (medida provisória) ou de um novo projeto de lei que substitua o que está tramitando na Câmara. Esboço negociado As negociações da Receita Federal com as micro e pequenas empresas apontam para um parcelamento em até 72 meses dos débitos fiscais do setor . As alíquotas da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e da Cofins também seriam reduzidas. Cairiam de 3,6% para 3% sobre o faturamento. A contribuição previdenciária também pode ser modificada. Os atuais 20% que incidem sobre a folha de pagamento seriam reduzidos para 2%, passando a ser aplicados sobre o faturamento. Autor do projeto de lei que aumenta as isenções das micro e pequenas empresas, o senador José Sarney (PMDB-AP) está participando das negociações. A concordância de Sarney, presidente do Senado, é essencial. Com seu apoio, uma MP tramitaria sem maiores resistências. Hoje, a Frente Parlamentar se reúne com os presidentes regionais do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), em Brasília. O líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA), deverá participar da reunião. Em seguida, levará os parlamentares ao gabinete de FHC. Texto Anterior: Advogado acha que é inócuo Próximo Texto: Indústria de SP cresce 4% em agosto Índice |
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