São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 1996
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Bovespa recua, e comercial fica pressionado

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

A desova de papéis que sobraram do exercício de opções derrubou as Bolsas ontem.
Quem apostava na alta das Bolsas, passado o vencimento do exercício, acabou perdendo.
O fato é que sobrou papel nas mãos de alguns grandes investidores que exerceram mais do que deviam na segunda-feira.
A aprovação da regulamentação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no Senado contribuiu para a queda dos preços das ações.
Telebrás PN desvalorizou-se 2,9%, fechando a R$ 80 o lote de mil ações. As ações ordinárias da estatal recuaram 2,7%.
O julgamento hoje da ação judicial envolvendo os recibos de Telebrás, referentes a uma antiga subscrição de ações, também afetou os papéis da empresa.
Dependendo do resultado dessa pendência, os portadores dos recibos vão acabar recebendo ações da estatal, aumentando o volume de papéis no mercado.
Para complicar um pouco mais o cenário, o juro dos títulos de 30 anos nos Estados Unidos subiram para 6,85% ao ano.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,86%. O índice da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) caiu 1,81%.
O dia também foi agitado no mercado de câmbio ontem. O dólar comercial subiu 0,3% sobre o dia anterior, atingindo R$ 1,0285, no encerramento dos negócios.
O leilão de compra feito pelo Banco Central no dia anterior enxugou os dólares do mercado, pressionando as cotações. Segundo estimativas dos operadores de mesas de câmbio, o fluxo de moedas foi negativo em US$ 37 milhões ontem.
O dólar ficou pressionado também nos vencimentos mais distantes do mercado futuro de taxas de câmbio da BM&F.
A divulgação da TBC (Taxa do Banco Central) de novembro continuou garantindo boa dose de ansiedade aos operadores do mercado de dinheiro ontem.
Mas, pelo comportamento das taxas de juro no leilão semanal de BBCs (Bônus do Banco Central) ontem, o pessimismo da segunda-feira em relação à TBC já foi absorvido.
O BC vendeu BBCs a 2,621% de taxa-over. Em seguida, os títulos foram repassados no mercado secundário a 2,617%.

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