São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Grupo invade hospital e tenta matar doente

ISNAR TELES
DA FOLHA VALE

Um grupo de sete pessoas armadas com pistolas automáticas, entre elas uma mulher, invadiu ontem de madrugada o hospital Pio 12, em São José dos Campos (97 km de São Paulo), e baleou com tiros à queima-roupa o desempregado João Batista Lopes, 34.
Lopes -que tem passagem pela polícia por furto, roubo e homicídio- foi internado no hospital no domingo, após ter sido baleado pelo mesmo grupo.
No atentado no hospital, o desempregado tentou se esconder no banheiro do quarto em que estava, no andar superior do prédio, mas acabou sendo baleado na barriga.
Ele foi submetido a uma cirurgia e não corre risco de vida. A Polícia Civil investiga o caso como uma tentativa de queima de arquivo.
A administração do hospital informou que a ação foi rápida e que não teve tempo de avisar a polícia no momento em que o grupo ainda se encontrava no local.
"Houve tumulto e pânico, mas nenhum funcionário ficou ferido", disse a freira Jany Luz da Silva, supervisora de enfermagem do Pio 12.
Segundo ela, em razão da tentativa de homicídio, a direção do hospital solicitou à Polícia Militar reforço na segurança.
O comando da PM destacou uma equipe para o hospital para dar proteção ao desempregado. O Pio 12 é administrado por freiras.
Reconhecimento
Lopes afirmou que reconheceu dois dos sete integrantes do grupo. Ele mencionou apenas os apelidos "Bil" e "Pitoco" em seu depoimento.
Segundo a freira Jany, Lopes não quis comentar o assunto com a administração do hospital nem com os médicos que o atenderam.
A freira afirmou ainda que esta foi a segunda vez que um grupo armado invade o hospital.
No ano passado, quatro homens entraram no prédio do Pio 12 e resgataram um homem que havia sido hospitalizado após ter sido preso pela polícia.
O delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Rubergil Violante, disse que a polícia ainda não tem pistas sobre os acusados pelo atentado.
PS da Vila
O pronto-socorro da Vila Industrial também registrou um caso semelhante ao atentado ocorrido ontem no Pio 12.
Em abril, dois homens armados entraram na enfermaria do pronto-socorro e balearam o funileiro Paulo Marque na cabeça. Ele morreu dois dias depois.

Texto Anterior: Sindicato diz ser contra punição
Próximo Texto: Bomba é desativada em shopping de Salvador
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.