São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo protela solução para autopeças

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A insistência das montadoras pela definição da política automotiva oficial para depois do ano 2000 provocou um impasse durante reunião, ontem, do governo com empresários do setor automotivo.
A Folha apurou que, antes da reunião, o MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo) se mostrava disposto a aceitar a antecipação do cronograma de aumento da tarifa de importação de autopeças, que hoje é de 2,4%.
Os fabricantes querem aumento da alíquota para 7,2% em 1997, em vez dos 4,8% previstos.
Os representantes das montadoras argumentam que só concordariam com a elevação da tarifa se o governo garantisse benefícios para o setor depois do ano 2000. O atual regime vigorará até 1999.
Diante do impasse, o governo não apresentou sua proposta de elevação de alíquotas e adiou a discussão sobre as mudanças na MP (medida provisória) do regime automotivo, que diminuiriam as perdas dos fabricantes de autopeças.
O setor automotivo deve se reunir em São Paulo e apresentar ao governo uma proposta negociada nos próximos dez dias.
"As montadoras são obrigadas a trabalhar a longo prazo. Portanto, tudo depende do que teremos depois do ano 2000", disse Silvano Valentino, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Benefícios
Sindicalistas que se reuniram ontem à noite com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio da Alvorada, afirmaram que o governo vai anunciar na semana que vem medidas que beneficiam a indústria de autopeças.
FHC e o ministro Paulo Paiva (Trabalho) receberam para uma conversa 15 dirigentes de diferentes centrais, entre eles Luiz Antonio de Medeiros, presidente da Força Sindical, e Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC -filiado à CUT.
Marinho disse que, caso as reivindicações não sejam atendidas, as centrais promoverão greves e paralisarão os portos para impedir entrada de autopeças estrangeiras.

Texto Anterior: Governo adia solução para autopeças
Próximo Texto: Carne bovina tem consumo recorde
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.