São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
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Com técnica ou raça, mineiros sobem

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Cruzeiro e Atlético-MG optaram por receitas diferentes para chegar ao sucesso na primeira fase do Brasileiro. A sete rodadas do fim dessa etapa, ambos os times estão na zona de classificação (entre os oito primeiros colocados).
O Cruzeiro, com 33 pontos, pratica um futebol técnico, baseado no entrosamento dos atletas, cuja maioria está no clube desde 95.
O Atlético-MG, que trouxe o técnico Eduardo Amorim em agosto, tem um estilo de jogo baseado na obediência ao esquema tático e no empenho dos atletas. O time já somou até aqui 29 pontos.
O desempenho dos dois times consolidou a recuperação do futebol mineiro. Em 95, o Cruzeiro chegara às semifinais, e o Atlético-MG disputara uma vaga até a última rodada. Neste ano, o Cruzeiro venceu a Copa do Brasil.
Entrosamento
O principal fator para a boa campanha do Cruzeiro, segundo a própria equipe, é o entrosamento. A maior parte do time está no clube desde o segundo semestre do ano passado.
Pelo menos 16 jogadores atuam com frequência no Brasileiro e na Supercopa dos Campeões.
O meio-campo é o setor que mais se destaca. Palhinha é o artilheiro do time e o articulador das jogadas. Ele é ajudado pela desobrigação de voltar para marcar.
Já no Atlético, o primeiro adversário a ser vencido foi a crise financeira do clube. Jogadores e dirigentes chegaram a trocar ofensas públicas.
No campo, Amorim montou um esquema para aproveitar a raça dos jogadores. O time cumpre fielmente as suas orientações.
A idéia de jogo compacto ainda não pôde ser aplicada completamente porque o time ainda precisa se entrosar mais.
"Estamos compensando a falta de tempo para treinar com muita força de vontade."
O ponto alto do esquema é a forte marcação no meio-campo, com os volantes Doriva, Gutemberg e Fábio Augusto. No ataque, o atacante Renaldo, já vendido ao La Coruña, da Espanha, é o destaque.

Com a Reportagem Local

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