São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
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Babando ovo

CARLOS SARLI

A melhor chance para os brasileiros que precisavam de pontos no mundial de surfe foi pelo ralo no Rio Surf Pro.
No WQS cinco estrelas, à exceção de Joca Jr. e Armando Daltro, que com esses resultados garantiram vaga na divisão principal de 97, nenhum outro brasileiro conseguiu aproveitar o fato de estar em casa.
Pior, a organização do evento, que tem o direito de indicar dois convidados, que entram em fase avançada da competição, preferiu indicar o australiano Mark Occhilupo para a festa, em vez de um brasileiro, que no caso deveria ser Danilo Costa, o melhor no ranking sem direito a pré-classificação.
Occy perdeu de cara e somou 600 pontos, suficiente para garantir a vaga. Danilo, sem o benefício do convite, entrou na competição duas fases antes, disputando com trialistas. Somou apenas 320 pontos, que em nada o ajudaram.
O maior campeonato do mundo, como foi divulgado o evento do Rio, continuou na semana passada com sua fase principal, o WCT. A premiação de US$ 155 mil, a maior das 14 etapas -só igualada na Austrália- e a estrutura gigante montada na Barra, justificariam o slogan adotado pela organização.
Mas nem o sol carioca deu brilho ao evento. Sem a presença do campeão mundial, Kelly Slater, o segundo lugar no ranking definido, as ondas de má qualidade, a desclassificação dos brasileiros já nas oitavas-de-final e a decisão com nomes pouco familiares aos domingueiros na praia, foi apenas mais um evento. O único que gostou foi Taylor Knox, campeão que levou US$ 25 mil.
Hoje começa o Hang Loose Pro Contest, em Maracaípe (PE), etapa três estrelas do WQS. Mais uma vez, Occy entra como wild card, no lugar de um brasileiro. Ao menos neste caso, existe um interesse comercial envolvido. No Rio, onde o evento foi patrocinado pela prefeitura, foi um descaso injustificado.

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