São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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Buaiz troca estatais por R$ 300 mi

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador petista do Espírito Santo, Vitor Buaiz, conseguiu ontem um empréstimo com o governo federal de R$ 300 milhões.
Em troca, deu em garantia empresas públicas do Estado e ações do Banestes, o banco estadual do Espírito Santo. A Folha apurou que a Companhia Estadual de Saneamento será uma das primeiras empresas a ser privatizada.
Parte do dinheiro (R$ 160 milhões) será utilizada para quitar a folha de pagamento do funcionalismo público estadual, que está atrasada há dois meses.
"O restante será para o pagamento de dívidas de curto prazo e para alguns investimentos", afirmou o governador. O acordo para o empréstimo foi feito ontem pela manhã no Palácio da Alvorada.
Além do presidente Fernando Henrique Cardoso, estiveram presentes o ministro Antonio Kandir (Planejamento), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, e parlamentares da bancada capixaba.
Na conversa com FHC, Buaiz se comprometeu a privatizar uma série de empresas no Estado -além da companhia de saneamento, algumas ligadas à agropecuária, a de processamento de dados e até mesmo duas rodovias estaduais.
"É um pleito emergencial. Estamos fazendo aquilo que é necessário para ajustar as finanças do Espírito Santo e colocar o Estado no lugar de destaque que merece", afirmou o governador, à saída do Alvorada.
Além disso, Buaiz conseguiu incluir o Espírito Santo dentro do programa de metas do governo federal -o Estado não havia sido contemplado com nenhuma obra, dentre as 42 anunciadas.
Gasoduto
Segundo o governador, haverá um ramal do gasoduto Brasil-Bolívia ligando o trecho Vitória-Campos, além da possibilidade de uma ferrovia ligando o porto de Vitória ao de Santos, a Litorânea-Sul.
"O Espírito Santo é o Estado que mais contribui na arrecadação do governo federal, graças ao nosso complexo portuário", afirmou Buaiz.
Segundo ele, não foram tratados na reunião os pleitos de renegociação das dívida dos Estados, feita pelos demais governadores. "Não vim em nome de ninguém", disse.

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