São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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Atraso da Água Espraiada irrita vizinhos

DA REPORTAGEM LOCAL

O adiamento na entrega do piscinão e de três viadutos da avenida Água Espraiada (zona sul de São Paulo) irrita os vizinhos da obra. Eles afirmam que convivem há mais de três anos com poeira, barulho e lama.
"Se isso acontecer (o atraso na data da entrega), vamos tacar fogo", disse a vendedora Ilza Aparecida Cunha da Silva, 36, que mora ao lado do canteiro de obras.
Segundo ela, os moradores já contavam os dias para o fim das obras.
"A poeira e o lamaçal são os maiores problemas. Antes era a favela que ficava aqui do lado", disse Adeílton Lopes dos Santos, 36, dono de uma banca de jornais na rua Ática, paralela à avenida.
O estudante Julio Cesar Shimabukuru, 17, diz que a lama atrapalha, mas que a obra provocou redução no número de assaltos.
Entrega em abril
Faltavam ainda os viadutos e o piscinão para a contenção de enchentes.
A previsão era que tudo ficasse pronto até 31 de outubro, próxima quinta-feira. Mas o piscinão ainda precisa ser concretado e sua construção vai continuar pelo menos até o fim do ano. Os viadutos nem devem ser iniciados este ano.
"Antes estava cheio de gente aqui. Trabalhavam até a noite. Há uns três meses reduziram o ritmo e agora estão quase parados", afirma José Carmos Moreira, encarregado de estoque de uma empresa de materiais de construção cujo pátio dá para o córrego Água Espraiada.
A Folha esteve nas obras no dia 25 de setembro. Naquele dia, a reportagem contou cerca de 50 operários trabalhando. Havia ainda sete escavadeiras e um guindaste.
Ontem, a reportagem constatou a presença de 15 operários trabalhando na pavimentação da avenida Lino de Morais Leme, que deve ser liberada na semana que vem ao tráfego de veículos. As escavadeiras foram reduzidas de sete para duas.
Segundo a prefeitura, já estão concluídos 90% das obras e elas estão em um estágio em que não são necessários muitos operários, daí a redução.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Obras afirmou ainda que houve chuva em excesso em setembro e outubro, o que, aliado a problemas com a desapropriação de um motel, atrasou a obra.
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Entre a avenida Washington Luiz e a marginal Pinheiros, a Folha contou ontem 14 placas de cerca de 12 m2 anunciando a obra.

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