São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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Máquinas de escrever perdem mercado

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de máquinas de escrever está perdendo espaço no Brasil. Nesta semana, a Olivetti, uma das últimas empresas a fabricar o produto no país, iniciou o leilão dos equipamentos da sua fábrica de Guarulhos (SP), que está em processo de desativação.
A fábrica de máquinas de escrever mecânicas da Olivetti de Guarulhos ainda está produzindo, mas deve ser desativada completamente até o final deste ano.
Segundo Flávio Vicentini, gerente de recursos humanos da Olivetti, a empresa pretende se dedicar apenas à produção de máquinas de escrever eletrônicas, que passarão a ser produzidas na unidade de Santo Amaro (zona sul).
A partir do próximo ano, as máquinas mecânicas produzidas pela unidade de Guarulhos passam a ser fabricadas no México.
"A produção mexicana é mais que suficiente para atender à demanda", diz ele.
Essa demanda é mantida pelo mercado externo. Países da África e Ásia sustentam grande parte dos pedidos de exportação da fábrica da Olivetti no México.
"O mercado externo ainda absorve muito essa produção. No Brasil, apenas as regiões Norte e Nordeste e os órgãos públicos continuam fazendo pedidos desse tipo de equipamento", diz Vicentini.
Segundo Francisco Abrante, diretor administrativo da Facit, outra produtora de máquinas de escrever mecânicas, a empresa chega a exportar 40 mil unidades para países como a Indonésia, Paquistão, Angola, Filipinas e Moçambique, entre outros. "Na Indonésia, por exemplo, grande parte da população ainda não tem acesso à energia elétrica e precisa de máquinas simples", diz Abrante.
A Facit fabrica máquinas de escrever no país desde 1961. Atualmente, são produzidas 60 mil máquinas por ano. Esse total, segundo o diretor, se manteve estável nos últimos anos.
"O mercado nacional tem capacidade para absorver de 40 mil a 50 mil máquinas/ano. Nós colocamos 20 mil no mercado interno."
Ele afirma que grande parte do consumo desse produto está nos órgãos públicos. "Existem muitos formulários que não podem ser preenchidos por computador."
Outras empresas
A IBM produziu máquinas de escrever para venda no mercado brasileiro até 1987, segundo informações da assessoria da empresa.
Depois, a produção de alguns modelos de máquinas eletrônicas foi transferida para a empresa PCI, em parceria com a IBM.
A PCI ainda produz alguns modelos de máquinas de escrever eletrônicas sofisticadas, como o modelo 15 VE. Essa máquina tem visor, pode trabalhar com disquete e chega a custar R$ 1.500.

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