São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996
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Crescimento do setor concreteiro em 96

RAUL DE OLIVEIRA

Apesar de a construção civil estar sendo vitimada pela retração econômica, pelo alto índice de desemprego e pelo déficit habitacional, o setor de serviços de concretagem registrou, no primeiro semestre de 1996, um aumento de cerca de 15% em relação a 1995, no consumo de Concreto Dosado em Central (CDC).
No ano passado, foram consumidos cerca de 9,7 milhões de m3, contra 5,4 milhões de m3 somente de janeiro a junho de 96. Os dados são da Abesc (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem).
A reação do setor se deve, principalmente, às construções de imóveis residenciais de alto padrão, que consumiram cerca de 60% de concreto. Os restantes 40% do consumo foram divididos entre a retomada das obras públicas -o que é normal em um ano eleitoral- e as construções industriais e comerciais.
Em agosto passado, por exemplo, foi registrado aumento de 9,6% nas vendas de imóveis novos nos Jardins, região nobre de São Paulo. E os jornais já anunciam um certo otimismo do setor com relação às vendas no litoral.
Nos quatro primeiros meses do ano, a construção civil no Paraná registrou um crescimento de 15,3% no ritmo de suas atividades.
Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre os empreendimentos residenciais com localização privilegiada, amplas áreas e acabamento requintado têm tido maior procura por aqueles que desejam garantir status, exclusividade e diferencial para morar.
Por outro lado, os apartamentos de um ou dois dormitórios disputam o comprador com ofertas ou feirões de imóveis.
As novas medidas governamentais anunciadas recentemente pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, e pelo presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Sérgio Cutolo, no sentido de reequilibrar o combalido Sistema Financeiro da Habitação (SFH), podem estimular ainda mais as vendas de imóveis, principalmente nos últimos meses do ano.
É preciso abandonar a estagnação e acelerar o processo de construção. Mas essa realidade só será possível com juros baixos e financiamentos a longo prazo.
O setor de concretagem vem apresentando um decrescente índice de produção desde 1990, ano em que o volume produzido atingiu 8,4 milhões de m3.
No ano seguinte, foram produzidos 8,3 milhões de m3, contra 7,5 milhões de m3 em 1992, 7,9 milhões de m3 em 94 e 9,7 milhões de m3 no ano passado. Nos primeiros seis meses deste ano, registram um acumulado de 5,4 milhões de m3.
Segundo projeção da Abesc, até o final de 96 a produção deverá atingir a marca dos 11 milhões de m3, ou seja, a produção recorde da década de 90.
Neste primeiro semestre, a região Sudeste continuou liderando o ranking das regiões, contribuindo com 69% (3,747 milhões de m3) do total da produção. Em seguida, vêm as regiões Sul, com 16% (888 mil m3), Nordeste, com 7% (390 mil m3), Centro-Oeste, com 6% (308 mil m3) e Norte, com 2% (81 mil m3).

José Amaury de Carvalho Lerro,, 47, é superintendente da Abesc - Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem.

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