São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996
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CEF lança financiamento para a classe média

Banco recua e juro de nova linha de crédito será de 12%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CEF (Caixa Econômica Federal) anunciou nesta semana nova linha de crédito habitacional para famílias com renda mínima de 12 salários mínimos (R$ 1.344).
Os interessados em obter financiamento na nova modalidade terão dez dias úteis, a partir de amanhã e até 8 de novembro, para se inscrever nas agências da CEF.
Os juros serão de 12% ao ano, o mesmo que o cobrado no SFH (Sistema Financeiro da Habitação), embora a nova linha não seja a desse sistema.
Os financiamentos serão feitos por intermédio de uma carta de crédito (para posterior escolha do imóvel novo ou usado).
Não há valor máximo de financiamento, mas nos empréstimos acima de R$ 120 mil a CEF vai financiar apenas 30% do valor do imóvel. Quem comprar um imóvel de R$ 500 mil, por exemplo, poderá tomar só R$ 150 mil.
Será exigida uma participação de 40% dos interessados nos financiamentos de até R$ 120 mil.
Entre os critérios para selecionar quem vai receber carta de crédito, está a existência de um saldo médio em caderneta de poupança ou em outras aplicações da CEF nos últimos 12 meses, com peso maior na poupança. Outro critério é o valor do empréstimo solicitado em relação ao preço do imóvel que se pretende comprar.
O presidente da CEF, Sérgio Cutolo, disse que a inscrição será aberta somente para os clientes da CEF, em um primeiro momento.
A CEF vai liberar R$ 600 milhões. Se sobrar dinheiro, haverá novas inscrições para não-clientes.
Quem ainda não é cliente da CEF e está interessado no financiamento pode abrir conta.
No ato da inscrição, serão exigidos apenas comprovantes de rendimentos e carteira de identidade.
Construtoras
O Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) aprovou o financiamento da casa própria direcionado às construtoras.
Esse tipo de financiamento estava suspenso desde 91, quando houve excesso de contratação e as obras não foram concluídas.
A Secretaria de Política Urbana estima que 40 mil unidades, já financiadas pelo FGTS, ficaram inacabadas. O governo Fernando Henrique Cardoso optou, de início, por direcionar o FGTS diretamente para os trabalhadores, evitando intermediação dos recursos.
A estratégia não funcionou porque não há oferta de moradias para a população de baixa renda. O valor máximo de avaliação do imóvel para a liberação do financiamento é R$ 58 mil. "Não havia estoque e a demanda é alta", disse a secretária de Política Urbana, Maria Emília de Azevedo.

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